Jornal Correio Braziliense

Brasil

Pnad mostrará dados sobre uso do tempo por brasileiros

Brasília - A próxima Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) apresentará estatísticas sobre o uso do tempo pelos brasileiros. Será a primeira vez que a Pnad trará esse tipo de dado.

A Pnad é feita pelo Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE) a cada dois anos. Ainda não há data marcada para a sua divulgação. Atualmente a pesquisa está em fase de coleta.

Na América Latina, institutos de dez países - Cuba, México, Equador, Uruguai, Chile, Nicarágua, Guatemala, Costa Rica, Bolívia e República Dominicana ; já fazem pesquisas sobre o uso de tempo por suas populações.

Os dados sobre o uso do tempo serão essenciais para demonstrar, por exemplo, o trabalho não remunerado, tradicionalmente feito pelas mulheres no Brasil, diz a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres.

Neste domingo (30/5), durante a reunião da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), a ministra informou que a Pnad está buscando informações sobre como a população brasileira usa o tempo. ;Esse dado será importante não só para identificar o trabalho invisível, não remunerado, realizado em nosso país pela mulheres, mas também servirá de base para análises das relações de gênero que estabelecemos.;

Nilcéa lembrou ainda que o estudo do uso do tempo já é feito na Espanha, onde se chegou à conclusão de que se o Estado fosse remunerar o trabalho doméstico das mulheres teria que pagar 12% do PIB. ;As mulheres são responsáveis por manter a roda girando e esse trabalho não é reconhecido como uma contribuição social, mas visto como uma atividade pessoal.;

A ministra destacou também a parte do documento A Hora da Igualdade. Brechas por Fechar, Caminhos por Abrir que enfatiza a importância da inclusão das mulheres no mercado de trabalho para o desenvolvimento econômica dos países latino americanos e caribenhos. ;O documento mostra que as mulheres formam 50% da força de trabalho nos países da América Latina e do Caribe, mas ainda ocupam posições menos prestigiadas e trabalham em locais insalubres e precários.;