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PF suspeita de advogado em golpe da falsa freira paraibana no Rio de Janeiro

> Bastos Santos

A primeira linha de investigação da Polícia Federal do Rio de Janeiro em torno da tentativa de golpe contra uma freira campinense, que por pouco não teve a quantia de R$ 1,8 milhão sacada por uma quadrilha em Niterói, pode esclarecer de uma vez por todo o caso.

A PF trabalha com a hipótese de uma pessoa muito próxima da religiosa, possivelmente um advogado, ter armado todo o plano.

O golpe veio à tona depois que os policiais federais foram acionados na tarde de quarta-feira por funcionários da Caixa Econômica Federal. Eles suspeitaram da ação de uma mulher, com traje de freira, que em companhia de dois homens tentava sacar o dinheiro.

Em conversa com o Diário da Borborema, o delegado da PF responsável pela prisão, Marcos Aurélio Costa, disse que a equipe compareceu à agência e constatou que a falsa freira usava documentos falsos em nome da religiosa campinense. Os golpistas foram presos e apontaram uma advogada de identificada por "Wilma", que conseguiu fugir, como integrante do grupo.

Em Campina Grande, averdadeira milionária não quer falar. A determinação no convento onde ela vive é para que ninguém comente o caso. Até mesmo a PF vem tendo dificuldades para se aprofundar nas investigações.

O delegado informou que o dinheiro é fruto de uma ação da religiosa, em 1999, contra o Ministério do Planejamento. Ela mudou-se do Rio para Campina Grande e não tinha conhecimento que a Justiça tinha lhe dado ganho de causa.

"Para saber que a pessoa que tinha o dinheiro era freira, tem que conhecer", disse o delegado, ao ser indagado sobre a possibilidade de a advogada que conseguiu escapar ter ligação com a dona do dinheiro, possivelmente, como procuradora na ação.

"Não sabemos se a verdadeira freira residia aqui no Rio nem o motivo da ação, pois ela está temerosa", disse o delegado da PF, acrescentando que os presos vão ser ouvidos novamente para que o caso seja totalmente esclarecido.

O grupo foi indiciado por estelionato, formação de quadrilha e uso de documento falso, podendo pegar até 15 anos de cadeia. No momento, a Polícia Federal descarta a participação de pessoas de Campina Grande no golpe.