Belo Horizonte ; Minas Gerais entra de vez na rota do tráfico internacional de drogas e a fragilidade do esquema de segurança no Aeroporto Tancredo Neves, em Confins, na Grande Belo Horizonte, é apontada como o principal atrativo para os criminosos. Com voos internacionais diários e sem uma delegacia própria da Polícia Federal (PF), o terminal atrai organizações criminosas estrangeiras, que incluem a capital mineira no eixo de ligação com os países produtores de cocaína, como a Colômbia, e nações com consumidores em potencial, entre elas a África do Sul, Portugal e Estados Unidos. Operação encerrada ontem pela PF comprova o esquema da máfia nigeriana, que usava empresas de exportação sediadas em Belo Horizonte para abastecer, especialmente, o país sede da Copa do Mundo deste ano. Depois de sete meses de investigação, 29 pessoas foram presas, entre elas 12 brasileiros.
Conforme o Correio noticiou em dezembro, para fugir da severa fiscalização no Aeroporto Internacional de São Paulo, os traficantes fizeram do terminal de Confins uma porta aberta para o tráfico de cocaína. Em todas as apreensões no Aeroporto Tancredo Neves, a Polícia Federal encontrou características semelhantes. As principais coincidências são o fato de a origem da droga ser sempre a Colômbia; a importação ser feita por criminosos internacionais baseados em São Paulo, ligados sobretudo à máfia nigeriana; e os destinos mais comuns serem a África do Sul, Moçambique e Portugal.
;Há indícios de que a cocaína abasteceria o mercado local, movimentado pelo grande fluxo de turistas que vai à África do Sul no Mundial de futebol. Além disso, é sabido que o país estaria sendo usado como entreposto para remessa à Europa e a países do Oriente;, explica o delegado da Divisão de Repressão a Entorpecentes da PF em Minas Gerais, Bruno Zampier.