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Mais três são julgados e codenados por chacina no presídio Urso Branco

Na terceira sessão de julgamento, os réus Samuel Cavalcante Carvalho, Roberson dos Santos Carmo e Marco Antônio da Fonseca foram condenados a 432 anos de prisão pela participação na chacina do presídio José Mário Alves, conhecido como Urso Branco, em Porto Velho (RO). Eles foram considerados culpados pela morte de 27 detentos executados dentro do presídio.

A sentença foi proferida pelo juiz Aldemir de Oliveira, do Tribunal de Justiça do estado, na madrugada de sexta-feira (14/5). Durante o julgamento, a defesa alegou insatisfação com as provas apresentadas contra os réus e informou que vai recorrer da sentença.

Na semana passada, o julgamento de dois dos 16 acusados de participação na chacina de Urso Branco, Michel Alves das Chagas, o Chimalé, e Anselmo Garcia de Almeida, o Fininho, terminou com a condenação a penas que somam 931 anos de cadeia. Os dois também foram considerados culpados pelas mortes ocorridas na casa de detenção da capital de Rondônia durante a rebelião de 2002.

Chimalé teve a pena-base definida em 18 anos. Como esse número é multiplicado pelo número de vítimas, acabou resultando em 486 anos de prisão em regime fechado. O mesmo valeu para Fininho, que teve pena de 16 anos e, multiplicada, totalizou 445 anos e seis meses de detenção.

Choque elétrico
A chacina de Urso Branco é considerada o maior assassinato coletivo de presos do país depois do Massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 detentos morreram. As mortes ganharam repercussão internacional pela brutalidade, que envolveu até choque elétrico e enforcamento. Na época, a violação dos direitos humanos no presídio resultou na condenação do Estado brasileiro pela Corte da Organização dos Estados Americanos (OEA). Os 27 presos foram assassinados pelos próprios companheiros.