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Trabalhadores de montadoras do Paraná paralisam atividades para negociar participação nos lucros

Curitiba ; Aproximadamente 3,5 mil trabalhadores da Renault paralisaram na manhã de hoje (14) as atividades da fábrica de São José dos Pinhais (PR), região metropolitana de Curitiba. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), com a paralisação, 760 veículos deixarão de ser fabricados apenas nesta sexta-feira.

Os metalúrgicos decidiram pela greve após recusar a última proposta da empresa sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para este ano. A Renault está oferecendo PLR no valor de R$ 7,5 mil, com pagamento em duas parcelas, sendo a primeira de R$ 4,7 mil para serem pagos na terça-feira (18). Os funcionários, segundo o sindicato, reivindicam PLR no valor de R$ 9 mil e querem um valor maior pago já na primeira parcela.

As metas propostas pela empresa também eram apresentadas como um dos motivos da paralisação ; os patamares de produção para este ano e o de participação no mercado. A montadora exigia uma produção de 187,6 mil veículos, sendo que ano passado, em ritmo alto e com excesso de horas extras, conforme o sindicato, o volume foi de 140,3 mil unidades fabricadas. Na discussão de hoje, a empresa retirou essas metas.

Uma nova assembleia da categoria para decidir os rumos da paralisação está agendada para a próxima segunda-feira (17), às 5 horas, na porta da fábrica. A assessoria de Comunicação Social da Renault, em São Paulo, informou que a empresa deve se manifestar a respeito da greve assim que for encerrada a reunião que ocorre na manhã de hoje (14) entre direção da fábrica e representantes dos metalúrgicos.

Também os dois mil metalúrgicos dos primeiro e terceiro turnos da Volkswagen, fábrica de São José dos Pinhais, decidiram ontem (13) dar prazo de 24 horas para que a empresa apresente uma proposta de PLR aos trabalhadores. Caso contrário, segundo o sindicato, eles não irão trabalhar neste final de semana. Os metalúrgicos só aceitam iniciar as negociações se a empresa apresentar a mesma proposta que fez aos trabalhadores de São Paulo ou seja, R$ 4, 3 mil para a primeira parcela.

A fábrica do Paraná tem 2,9 mil trabalhadores para uma produção de 800 veículos por dia. Os 1,8 mil metalúrgicos da New Holland também reprovaram proposta de R$ 3, 8 mil de PLR, com adiantamento de R$ 1,9 mil e deram prazo de 48 horas para a indústria melhorar a proposta. Os metalúrgicos exigem no mínimo 80% do que for fechado nas montadoras instaladas no Paraná. Nova assembleia deverá ocorrer na terça-feira (18).

Os 3,5 mil metalúrgicos da Bosch também em protesto contra a falta de proposta de PLR, paralisam as atividades por 2 horas em cada troca de turno. Eles deram prazo de 48 horas para a empresa apresentar proposta. Nova assembleia ocorre na segunda-feira(17).