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BH: Santa Casa investe R$ 20 milhões para ampliar leitos do SUS

O Hospital Central também passará por mudanças para abrigar apenas o atendimento de pacientes. Toda a parte administrativa será transferida

O Hospital Central também passará por mudanças para abrigar apenas o atendimento de pacientes. Toda a parte administrativa será transferida
O Grupo Santa Casa de Belo Horizonte anunciou investimento de R$ 20 milhões este ano para instalação e compra de novos equipamentos destinado ao projeto Mil leitos SUS e já prevê orçamento de igual valor para 2011. Em menos de dois anos serão oferecidos 1.085 leitos no Sistema Único de Saúde (SUS), hoje com 875. ;Esperamos chegar ao fim do ano com 930 leitos prontos;, afirma o superintendente de Planejamento e Finanças da instituição, Gonçalo de Abreu Barbosa. Ainda estão previstos outros 152 leitos de CTI com entrega para o fim de 2012. ;Queremos que esse número chegue a 200;, adianta Gonçalo. Somados aos investimentos programados, o Grupo Santa Casa espera fechar o ano com um faturamento na casa dos R$ 400 milhões, uma elevação de 21% em relação a 2009.

Além dos investimentos pesados em infraestrutura, o plano de reestruturação do grupo prevê a negociação dos R$ 344 milhões em dívidas, sendo metade em tributos federais e o restante com bancos e fornecedores. Recentemente foi fechado acordo com a Caixa Econômica Federal para quitação de uma dívida de R$ 52,3 milhões referente a débitos em atraso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

"Do total devido, R$ 160 milhões se referem a tributos. Negociamos cerca de R$ 20 milhões da dívida bancária que estava com uma taxa de 1,9% ao mês e agora passou para 1,1%. Estamos também iniciando a segunda etapa de negociações dos ativos bancários. Na primeira, foram R$ 15 milhões e agora R$ 20 milhões que estão com taxa de juros a 1,5% e queremos chegar abaixo desse percentual;, explica Gonçalo. Com a renegociação dos passivos, que deve ser finalizada ainda este mês, os resultados já são sentidos. ;Temos condições melhores de compra com fornecedores, além do deságio com a quitação das dívidas à vista, que desde dezembro gerou uma economia de aproximadamente R$ 1 milhão".

O Hospital Central também passará por mudanças e terá suas atividades dedicadas exclusivamente ao atendimento de pacientes. ;Toda a parte administrativa que está nesse prédio será transferida, a começar pelas superintendências. Estamos alugando espaços para receber esse pessoal e até o fim de junho, de 1,5 mil a 2 mil metros quadrados ocupados por setores administrativos serão liberados para dar lugar aos espaços assistenciais;, informa o superintendente. Com a nova gestão, a alta direção do grupo também foi afetada. O número de superintendências, antes em 12, agora é de apenas cinco. O Comitê Executivo e Operacional, antigamente formado por oito executivos, passou para três pessoas.

Os investimentos se estendem para a fidelização dos profissionais da instituição e formação de mão de obra especializada. ;Se não houver providências imediatas, enfrentaríamos um apagão de mão de obra", afirma Gonçalo. O grande gargalo enfrentado pela instituição era a perda de profissionais qualificados para o mercado. "Formávamos mas não retíamos, o que representava um custo muito grande para nós." Hoje, além dos salários competitivos, é oferecido aos empregados constante aperfeiçoamento profissional. "Tem dois anos que não perdemos nenhuma gerência para o mercado. Temos uma política salarial que prevê reajustes semestrais com ganho real de 5%, o que é muito atraente", explica o executivo. Além de turmas de MBA, o grupo oferece cursos de aperfeiçoamento de lideranças e ainda serão criados, no segundo semestre, cursos de especialização em gestão de finanças e gestão de projetos.