Terminou, por volta de meia-noite de ontem, o julgamento de dois dos 16 acusados de participação na chacina do presídio Urso Branco, em Porto Velho (RO). Michel Alves das Chagas, o Chimalé, e Anselmo Garcia de Almeida, o Fininho, foram condenados a penas que somam 931 anos de prisão. Eles foram considerados culpados por todas as 27 mortes ocorridas na casa de detenção da capital de Rondônia durante uma rebelião em 2002.
Chimalé teve a pena base definida em 18 anos. Multiplicada pelo número de vítimas, resultou em 486 anos de prisão em regime fechado. A punição a Fininho foi de 16 anos, totalizando 445 anos e seis meses de detenção. A defesa já recorreu da decisão.
A chacina de Urso Branco é considerada o maior assassinato coletivo de presos do país depois do Massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 pessoas morreram. As mortes em Urso Branco ganharam repercussão internacional pela brutalidade, que envolveu até decapitação, choque elétrico e enforcamento. Os 27 presos foram assassinados pelos próprios companheiros. Até o fim deste mês, os demais 14 acusados serão julgados.