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Pesquisadores discutem formas de prevenção e tratamento do HPV, vírus que provoca câncer

Rio de Janeiro ; Pesquisadores brasileiros e norte-americanos estão reunidos nesta quinta-feira (29) e amanhã (30) para discutir formas de prevenção e tratamento de uma doenças sexualmente transmissíveis mais comuns no mundo, o papilomavírus humano, conhecido como HPV. O vírus é fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer.

O Brasil tem elevados índices de incidência de HPV e é considerado um dos líderes mundiais na ocorrência da doença. O vírus provoca verrugas nos genitais (pênis e vulva) e também no ânus e está associado a 90% dos casos de câncer de colo de útero no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

A doença é mais frequente em mulheres entre 15 e 25 anos, mas também ocorre entre os homens. De acordo com o Ministério da Saúde, 137 mil novas ocorrências são registradas por ano. No caso das mulheres, o exame preventivo papanicolau é a principal forma de diagnóstico.

Uma série de fatores facilitam a transmissão do HPV, inclusive o contato com a pele contaminada, mesmo quando esta não apresenta lesões visíveis. Estudos apontam que o preservativo não é suficiente para conter a doença, que também é transmitida pelo beijo e pelo sexo oral. A contaminação por meio de toalhas, banheiros e roupas íntimas não foi descartada.

Vários tratamentos podem ser indicados para combater o HPV, mas não existe nenhum tipo de prevenção 100% segura porque o vírus pode estar na região pubiana, períneo ou no ânus.

Duas vacinas estão disponíveis em clínicas particulares e são apontadas como forma de combater a doença. No entanto, as doses custam cerca de R$ 300 e a duração da imunidade é relativa. ;O sistema preventivo conta, sobretudo, com a informação e o acompanhamento ginecológico. Defendemos que o exame preventivo seja feito pelo menos uma vez por ano;, disse a vice-presidente de Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Claude Primez.