Mesmo após denúncia da reportagem e de operação policial nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, que prendeu 21 pessoas em novembro do ano passado, voltou a funcionar um esquema ilegal de venda de carteiras de habilitação na região de Criciúma.
A história não é nova, mas contribui para o despreparo de alguns motoristas. Um gaúcho do Litoral Norte voltou a organizar grupos para tirar a carteira de habilitação sem fazer prova escrita e de direção em um centro de formação de condutores em Siderópolis. Ele cobra R$ 200 para levar cada pessoa até Santa Catarina. Segundo o gaúcho, o centro de formação cobra pelo menos R$ 2 mil à vista.
A única condição é de que o candidato faça o exame psicotécnico. Por lei, a pessoa tem de morar no Estado onde vai tirar a habilitação. Mas isso não é problema. Faz parte do esquema ilegal a confecção de falsos comprovantes de residência ou até mesmo a orientação para fazer nova identidade.
O dono do Centro de Formação de Condutores (CFC) também é vereador de Treviso. Segundo o que a reportagem apurou com ele, uma habilitação de trânsito pode ser facilmente transferida para o Rio Grande do Sul depois de emitida pelo Detran catarinense. De acordo com o gaúcho do Litoral Norte, que é intermediário no esquema, ele já levou para o Estado vizinho candidatos de Torres que rodaram mais de cinco vezes nas provas escrita e de direção.
O delegado regional de Criciúma, Jorge Koch, disse que vai investigar a denúncia. Ao saber da denúncia, o corregedor do Detran de Santa Catarina, Max Magno Vieira, também determinou uma investigação e confirmou as irregularidades. O CFC de Siderópolis foi interditado temporariamente.