O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que só restava pedir a Deus que parasse as chuvas. Também ofereceu ajuda financeira ao estado do Rio para reparar os estragos provocados pelo temporal na cidade. Mencionou, inclusive, a possibilidade de aumentar os recursos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) destinados às obras de drenagem no Rio de Janeiro. Entretanto, o Orçamento da União destinado à Defesa Civil este ano diminuiu 37,8% em relação ao ano passado. Dados da Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados mostram que em 2010 a União autorizou R$ 1,4 bilhão para prevenção e respostas aos desastres. Valor inferior ao aprovado nos dois últimos anos. Em 2009, a proposta orçamentária era de R$ 2,3 bilhões, e em 2008, R$ 1,6 bi. Houve redução nas rubricas de apoio a obras preventivas, fortalecimento do sistema nacional de Defesa Civil e também no socorro e assistência às pessoas atingidas por desastre e reestabelecimnento no cenário de desastres.
Os valores previstos no Orçamento nem sempre correspondem ao que efetivamente será gasto na área. No ano passado, a execução ficou em R$ 1,8 bilhão. Este ano, nos três primeiros meses do ano, o governo federal gastou apenas R$ 96 milhões, praticamente todo esse dinheiro foi usado para ;resposta aos desastres;. Nada foi pago para apoio de obras preventivas, orçado inicialmente em R$ 367,7 milhões.
;Não chove todo dia nem toda hora. Quando acontece uma desgraça, acontece. Normalmente, os meses de junho e julho são mais tranquilos, e o Rio de Janeiro está preparado para fazer as Olimpíadas e a Copa do Mundo com muita tranquilidade;, disse Lula, minimizado uma futura interferência do clima na realização das Olimpíadas de 2016 e na Copa do Mundo de 2014.
O presidente disse ainda que, quando chove muito, os transtornos são inevitáveis. ;Quando o homem lá em cima está nervoso e faz chover, nós só temos que pedir pra ele parar a chuva para a gente poder tocar a vida na cidade;, observou. Lula ressaltou, entretanto, que as maiores consequências do grande volume de água atingem áreas de ocupação desordenada. Ontem, a população foi orientada a deixar as áreas de risco ; de acordo com os bombeiros, a maioria das mortes foi provocada por deslizamentos de terra.
O presidente também sentiu os reflexos das fortes chuvas. Ele e outras autoridades tiveram compromissos cancelados devido ao impacto do temporal. A agenda previa a inauguração de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no conjunto de favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio, mas as chuvas cancelaram o evento, uma das atividades do presidente e do ministro das Cidades, Márcio Fortes. Segundo assessores, o presidente faria o percurso de helicóptero, mas o mau tempo impediu o translado.
Ainda na segunda-feira à noite, quando viajou para a capital do Rio, o destino do avião presidencial foi alterado. Devido às chuvas, o pouso no Santos Dumont foi transferido para o Galeão.
O Ministério da Integração Nacional foi procurado pelo Correio, mas até o fechamento desta edição não havia retornado as ligações. O novo ministro, João Reis Santana, embarca hoje para o Rio.