Rio de Janeiro ; A sociedade precisa ;ter as rédeas; do desenvolvimento, afirmou nesta quinta-feira (25/3) William Cobbett, diretor da organização não governamental Cities Alliance, que luta pelo fim das favelas. Em palestra do Fórum Urbano Mundial, que se realiza no Rio de Janeiro, ele defendeu a ampliação da cidadania e a definição de metas claras para a urbanização das comunidades carentes.
Cobbett elogiou a experiência brasileira com a criação do Ministério das Cidades e com o desenvolvimento de ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas favelas cariocas. Ele alertou que, no entanto, ainda há muito trabalho a ser feito. ;O discurso não é suficiente. Falei para o prefeito do Rio [de Janeiro, Eduardo Paes] que não basta vontade política. É preciso ter metas e orçamento;, afirmou.
Ao comentar a boa relação entre as três esferas de governo, no Rio, para a execução de obras públicas, ;um grande desafio para outras cidades;, o representante da Cities Alliance fez um apelo à África e à Ásia para que tomem medidas semelhantes. ;Não esperem tanto, não podemos querer que as próximas gerações consertem os erros do passado;.
Ao falar sobre a participação das comunidades na melhoria da infraestrutura urbana, o indiano Jockin Arputham, presidente da Slum Dwellers Internation, rede que trabalha pela melhoria de vida das populações mais pobres, disse que a melhoria de vida nas favelas depende de acesso ao crédito, obras de urbanização e oferta de serviços. Segundo ele, os governos podem contribuir, mas a sociedade tem papel fundamental de exigir.
;Temos que ter prioridade para saber onde os recursos podem ser investidos. Gostaria de falar para o ministro [das Cidades, Márcio Fortes, que participou do debate] que todas as mudanças são possíveis se tivermos um nível de transparência e vontade política num processo que passa pelos governos e também pelas comunidades;, afirmou.
O líder comunitário indiano também destacou o papel das mulheres no desenvolvimento das favelas. Segundo Arputham, as mulheres ;têm poder de organização e mobilização extraordinários; e, por isso, o desenvolvimento dessas zonas passa pelo empoderamento e ;participação ativa; delas.