O advogado Roberto Podval, que defende Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de assassinar a menina Isabella Nardoni, anunciou ontem mais uma estratégia da defesa. Pretende acelerar o julgamento, que, na opinião dele, não pode se arrastar excessivamente. A lógica de Podval é simples. Ele acredita que um julgamento muito longo pode deixar os jurados cansados e essa impaciência poderia interferir no resultado. Para tanto, ele cogita até a possibilidade de dispensar testemunhas.
Além de dar mais rapidez ao processo, outra tática divulgada pela defesa será a de explorar as contradições entre os trabalhos da delegada Renata Pontes e da perita Rosângela Monteiro, próxima testemunha a ser convocada. Podval considerou que o depoimento da delegada pode ajudar o casal Nardoni no fim das contas. ;Mas o que vai definir essa história é o interrogatório dos réus;, acredita.
O perito criminal Luís Eduardo de Carvalho Dória foi o último a ser ouvido na noite de ontem. O perito analisou manchas de sangue encontradas na cena do crime e, segundo ele, ;há padrões de mancha que permitem estabelecer a altura; da qual ela caiu. Dória disse ainda que, pela análise, é possível concluir que as gotas no local do crime caíram de uma altura superior a 1,25m.
A advogada perguntou sobre outras manchas que constam das provas colhidas no local e o perito disse ter chegado à conclusão de que as manchas também caíram a uma altura superior a 1,25m.
Capítulo 2
Estrela
Um princípio de tumulto marcou a chegada de Rosa Oliveira e José Arcanjo Oliveira, avós de Isabella Nardoni, ao Fórum de Santana. Rosa mostrou uma tatuagem que fez em homenagem à neta. Além de ;Isa;, a tatuagem tem uma estrela. A exemplo do primeiro dia, manifestantes fizeram vigília na frente do Fórum com várias faixas. Quem também esteve presente foi a escritora Ilana Casoy, autora do livro O quinto mandamento, sobre a morte do casal Richthofen. Segundo a assessoria da escritora, ela pretende escrever um livro sobre o caso Isabella Nardoni.
Vida real
O maior burburinho ocorreu quando a novelista Gloria Perez chegou para assistir ao julgamento, no início da tarde. Ela teve a filha, Daniela Perez, assassinada brutalmente em 1992. Na saída, a autora disse ter esperança na condenação dos réus. ;O julgamento é muito pesado e emociona. Mas acredito que as testemunhas estão confirmando tudo aquilo que a acusação vem dizendo;, ressaltou. Na semana passada, Perez já havia avisado que iria ao fórum dar apoio à mãe de Isabella.