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Filho da turista alemã assassinada em Pernambuco voltará para a Itália com a tia

O filho da alemã Jennifer Kloker, encontrada morta no dia 17 de fevereiro às margens da BR 408, em São Lourenço da Mata, deverá ser levado para a Itália por Roberta Freire, irmã de Pablo Toneli, pai do garoto. A possibilidade foi consolidada na tarde desta terça-feira, após Pablo - preso junto com seu pai adotivo, Ferdinando Tonelli, por suspeita de participação no crime - assinar um documento autorizando a volta do menino ao território italiano, onde a criança nasceu. Roberta, que veio ao Brasil no intuito de colaborar com as investigações sobre o crime e requisitar a guarda da criança, deve requerer a adoção formal do menino à justiça.

A permissão foi confirmada no início da noite desta terça-feira pelo gestor da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Joselito Kehrle. ;O garoto vai voltar para a Itália com a tia. Com essa atitute, Pablo quebra o vinculo de obediência que tinha com Delma Freire, sua mãe;, afirmou . A favor de Roberta, conta o fato de a criança já ter convivido com ela no ano passado, quando os pais se separaram. Neste período, o garoto ficou hospedado na casa da tia junto com a mãe Jennifer. A criança tem boa relação com as duas primas, filhas de Roberta, com idades aproximadas à do menino. Além disso, eles estudam na mesma escola, na cidade de Rimini, na Itália. O fato facilitaria a adaptação, já que a criança fala apenas o idioma italiano. Para a Promotoria da Infância e da Juventude, os laços entre a criança e a família da tia contam favoravelmente para a decisão da concessão da guarda do menino.

[SAIBAMAIS]Desde a morte da mãe, ocorrida há um mês, o menino de três anos está em poder da avó paterna Delma Freire, descrita pela análise da Polícia Civil como dona de um perfil psicopata. Fontes do Diario confirmaram que a tia deveria obter a guarda da criança até a próxima sexta-feira. No entanto, a situação será antecipada devido às denúncias ainda mais comprometedoras, feitas nesta segunda-feira, por um ex-presidiário, envolvendo Delma Freire. Entre as seis pessoas da família habilitadas na Vara da Infância e da Juventudade para conseguir a guarda do menino, Roberta Freire, que mora na Itália e chegou ao Recife na última quinta-feira como testemunha-chave para desvendar o caso, tem o perfil mais aproximado do ideal.

Roberta já esteve na Polícia Federal, localizada no Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre, para resolver detalhes do passaporte da criança, que tem apenas cidadania italiana. Um indício de que sua partida poderá acontecer a qualquer momento. Desde que a mãe foi assassinada, a criança já passou um tempo na casa de uma prima da avó paterna, em Jardim São Paulo, e depois voltou a conviver com Delma, no bairro de Afogados.

Prisão - Delma Freire, a sogra da alemã Jennifer Kloker, assassinada no dia 16 de fevereiro, foi presa no inicio da tarde de hoje. Ela foi detida no escritório do advogado criminalista Célio Avelino. Os delegados Alfredo Jorge, Joselito Kerle e Gleide Ângelo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) efetuaram a prisão. Durante cinco horas, Delma prestou depoimento na sede do DHPP, na Imbiribeira, onde estão detidos desde o dia 22 de fevereiro o filho dela, Pablo Tonelli e o padrasto dele, Ferdinando Tonelli, suspeitos de envolvimento no assassinato da estrangeira.

Delma deve passar a noite no DHPP e só amanhã irá ao Instituto Médico Legal (IML), localizado no bairro de Santo Amaro, para realizar exames de corpo de delito. Em seguida, deve ser encaminhada para a Penitenciária Feminina do Bom Pastor, que fica no Engenho do Meio, onde vai esperar o julgamento do caso.

A possibilidade da prisão de Delma tornou-se evidente na tarde de ontem, depois que um ex-presidiário de 26 anos procurou a polícia para denujciar uma suposta tentativa da sogra da estrangeira de livrar toda a sua família da suspeita de envolvimento no assassinato.

Esta manhã, a testemunha esteve na sede do DHPP. Há informações não oficiais de que o jovem, que contou à polícia que estava sendo coagido por ela a aceitar R$ 20 mil e um passaporte falso para dizer que era o motoqueiro que participou do assalto que terminou na morte de Jennifer Kloker. Teria ido à especializada prestar uma queixa contra Delma, alegando que teria sido seguido na noite de ontem.