Após tentar sem sucesso pelo atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Viviane Ferreira Soares, de 19 anos, deu a luz a uma menina no banheiro de casa, localizada no bairro Piratini, em Alvorada. A jovem entrou em trabalho de parto durante a madrugada desta sexta-feira.
O pai, João Luis Soares, ligou para o Samu pedindo uma ambulância para deslocamento até o Hospital de Alvorada, mas ouviu do atendente que não havia veículos disponíveis pois estavam em outro atendimento.
"Eu fiquei segurando a criança no colo ali, não sabia o que fazer. Aí a Brigada chegou e resolveu levá-la ao hospital. Se não fosse por eles, ela poderia ter até morrido."
Quando os PMs entraram na casa, Viviane já tinha a criança dos braços, ainda ligada pelo cordão umbilical. Elas foram socorridas na viatura e passam bem. A coordenadora metropolitana do Samu, Marcela Souza, afirma que o socorro não foi prestado porque as únicas duas ambulâncias estavam em outras ocorrências.
"Essas duas ambulâncias estavam em atendimento. É um município grande, com uma população que necessita muito de atendimento de urgência. É comum que entrem dois chamados concomitantes. Quando isso ocorre a gente tem que informar ao solicitante que poderá demorar em função dos outros atendimentos e se solicita também que procurem uma outra alternativa. Senão tem que aguardar a ambulância retornar. No caso desta madrugada, as equipes demoraram para concluir os atendimentos porque os pacientes eram graves e, nesse meio tempo, o bebê nasceu."
Pela portaria do Ministério da Saúde que repassou os dois veículos, é necessária uma ambulância para cada 100 mil habitantes. Alvorada tem atualmente 207 mil habitantes. Portanto, dentro dos critérios.