Crueldade, miséria e abandono fazem parte da vida de Marcos Antunes Trigueiro, de 32 anos. Assassino confesso de cinco mulheres e suspeito de ter cometido outros homicídios por onde passou, o maníaco foi preso quarta-feira, em sua casa, em Contagem, pondo fim a uma caçada que mobilizou a Polícia Civil por três meses. Em sua infância, no Norte de Minas, foi espancado pelo pai, que chegou a torturá-lo com uma chave de fenda aquecida no fogão, dormiu ao relento e sobreviveu com restos de comida.
As revelações foram feitas pela mãe de Marcos Trigueiro, a faxineira Terezinha Antunes Simões Trigueiro, de 52 anos, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, que a localizou na casa simples de sua família, no Bairro Botelho, em Brasília de Minas, cidade com 31,2 mil habitantes, a 520 quilômetros de Belo Horizonte, no Norte de Minas. No município também moram outros parentes do serial killer. Mas somente ontem, depois que o EM revelou a origem de Trigueiro, é que a prisão ganhou repercussão entre os moradores.
Terezinha conta que há sete anos não vê Marcos, mas achava que ele estava trabalhando em Belo Horizonte. Ela soube da prisão anterior do filho e tentou visitá-lo, mas não conseguiu descobrir em qual presídio se encontrava. Porém, jamais imaginou que ele fosse cometer crimes em série. "Nunca ensinei meus filhos coisa ruim. Não esperava que isso poderia acontecer com ele. Sempre ensinei meus filhos a trabalhar com honestidade."
Ainda chocada com as revelações, ela conta que ;Marquinhos; teria sido uma excelente pessoa em sua infância e adolescência, e sonhava ser pastor. ;Em vez do povo maltratar meu filho, eu preferiria que Deus tirasse minha vida". Sua maior vontade é visitar Marcos. "O único desejo que tenho é abraçar e sentir o calor do corpo dele. Se não puder abraçar, pelo menos tocar na mão;, afirma.