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Investigadores prestam contas a deputados sobre caça ao serial killer

Delegados responsáveis pelas investigações dos crimes cometidos pelo maníaco do Bairro Industrial, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, têm audiência marcada para as 10h desta terça-feira, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e vão prestar esclarecimentos sobre os seus trabalhos à Comissão de Segurança Pública da casa. Estão confirmadas as presenças dos delegados Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações (DI); do titular da Divisão de Crimes contra a Vida, Wagner Pinto de Souza; do de Orientação e Proteção à Família, Wellington Perez; e da delegada de Mulheres, Silvana Rezende.

As famílias de quatro vítimas do maníaco também estarão presentes, além do promotor de Justiça que acompanha o caso, Francisco de Assis Santiago. Até o fim da tarde dessa segunda-feira, a Polícia Militar não tinha confirmado o nome do seu representante.

A Comissão de Segurança Pública quer saber quais os procedimentos adotados pela polícia na tentativa de identificar e prender o suspeito. Se for necessário o reaparelhamento científico da corporação, os deputados vão apresentar emendas ao orçamento do estado para aquisição de equipamentos.

Na audiência também será debatida algumas falhas da polícia, como a falta de comunicação entre a Delegacia de Pessoas Desaparecidas e o Instituto Médico Legal (IML), no caso da estudante de direito Natália Cristina de Almeida Paiva, de 27. A jovem desapareceu em 7 de outubro do ano passado e 22 dias depois seu corpo foi encontrado numa mata de Ribeirão das Neves, na Grande BH, permanecendo por mais de três meses sem identificação no IML.

A Delegacia de Pessoas Desaparecidas tinha a descrição das roupas que a vítima usava quando sumiu e somente em 9 de fevereiro levou os parentes para reconhecer as vestes por meio de fotos no IML, depois que um delegado de Ribeirão das Neves suspeitou que a indigente sepultada naquele município poderia ser uma das desaparecidas em Belo Horizonte. O corpo foi exumado e a suspeita confirmada.

Os crimes


Pelo menos três mulheres foram mortas pelo maníaco, pois exames confirmaram que o esperma deixado nas vítimas é do mesmo homem. A empresária Ana Carolina Assunção, de 27, foi morta em 16 de abril do ano passado, a comerciante Maria Helena Lopes Aguilar, de 48, em 17 de setembro e a contadora Edna Cordeiro de Oliveira Freitas, de 35, em novembro. Além delas e de Natália, a morte da comerciante Adina Feitor Porto, de 34, em 4 de fevereiro de 2009, também é investigada como sendo do maníaco.

Na tarde da última sexta-feira, cinco delegados da Polícia Civil estiveram reunidos no Fórum Lafayette com o juiz sumariante do 2; Tribunal do Júri, Nelson Missias, e o promotor Francisco de Assis Santiago. De acordo com a assessoria de imprensa do fórum, a reunião foi sigilosa.