Brasília - As farmácias brasileiras começam a se adequar, a partir de hoje (18), à resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece que os medicamentos não devem ficar ao alcance dos clientes. De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), cerca de 18 estados têm liminares que os desobrigam a acatar a medida.
O supervisor de loja da rede Rosário, Emílio José de Azevedo, disse que o grupo está cumprindo algumas decisões da resolução, mas que não concorda com os itens 9 e 10, que proíbem a exposição dos medicamentos, e por isso trabalha com a liminar concedida à Abrafarma.
;O grupo Rosário não é contra a RDC 44, inclusive nós já estamos cumprindo algumas decisões, mas sim contra os itens 9 e 10, que diz que os medicamentos devem ficar dentro do balcão. A empresa, juntamente com a Abrafarma, entrou com essa liminar. Então, nós estamos ainda sob efeito de liminar;
A farmacêutica Eliete Moura afirmou que mesmo tendo uma liminar, o grupo para o qual trabalha optou por cumprir a resolução da Anvisa. ;Nós já estamos cumprindo a resolução. Faltam poucos produtos para a gente arrumar, já estamos terminando de nos adequar, que é retirar os produtos do alcance dos clientes e colocar dentro do balcão para que os funcionários, farmaceuticos e atendentes possam entregá-los de acordo com a prescrição médica;.
Lucimar Alves Paulino, proprietário de drograria que não faz parte de uma grande rede, diz que ainda restam dúvidas quanto ao cumprimento da resolução. ;A gente está dentro do padrão, a gente está atendendo, mas está em dúvida a respeito de liminar, se ela terá continuidade. Mas, a intenção é de nos adequarmos à nova realidade;.
A fisioterapeuta Cassandra Oliveira Santos acredita que o fato de os medicamentos não estarem mais ao alcance dos clientes pode ajudar a evitar a automedicação. ;Às vezes, a pessoa compra o medicamento e não sabe se pode causar alguma alergia ou algo mais sério. Então, essa medida vai evitar. É melhor que ela se dirija até o balcão;.
Os estabelecimentos que não cumprirem a decisão da Anvisa estarão sujeitos a multas que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, além de penalidades que vão da apreensão de mercadorias ao cancelamento do alvará de funcionamento.