Cinco africanos foram presos ontem sob acusação de entrada ilegal no país. Uma sexta pessoa ainda está foragida. De acordo com a Polícia Federal, todos estariam a bordo do veleiro que encalhou há dois dias em Tutoia (MA), a 465km de São Luís. Embora possuíssem passaporte, nenhum documento tinha o carimbo que atesta a entrada no Brasil. Do grupo, quatro são de Gana e dois são de Cabo Verde, incluindo o foragido. Os cinco detidos foram transferidos para São Luís. Após a conclusão do inquérito, eles deverão ser deportados.
Os quatro ganeses foram presos em Parnaíba (PI). Com os estrangeiros, foram encontrados US$ 1.070, além de R$ 174 e quatro passagens de ônibus para Fortaleza (CE). Eles foram detidos depois que o gerente do Banco do Brasil em Parnaíba suspeitou do grupo e acionou a polícia local.
Ainda em Tutoia foram detidos os dois cabo-verdenses. Eles garantiram que eram apenas turistas e não tinham nada a ver com a embarcação encalhada. Sob essa justificativa, foram liberados pela polícia, mas tiveram seus passaportes retidos. Quando ficou provado que eram imigrantes ilegais, a polícia foi à pousada onde a dupla tinha se hospedado, mas encontrou apenas um deles.
Até agora, as investigações apontam que o veleiro, que possui bandeira suíça, é de propriedade da norte-americana Stephanie Nilly Joho, casada com um suíço. Segundo a Polícia Federal, Stephanie reportou, em 16 de janeiro, em seu blog, o desaparecimento da embarcação, chamada Enea, da Marina de Mindelo, em Cabo Verde, onde estava ancorada. Segundo Stephanie, o barco teria sumido da marina entre 12 e 13 de janeiro.
O nome da embarcação encalhada em Tutoia é o mesmo do veleiro de Stephanie. As características da embarcação também batem com as divulgadas pela americana e com as fotos que ela divulgou na internet. Para ter certeza de que se trata do mesmo barco, só falta a confirmação da proprietária. A Polícia Federal afirmou ter tentado entrar em contato com ela repetidas vezes, sem sucesso.
A superintendência da Polícia Federal no Maranhão não confirma, no entanto, a hipótese de homicídio a bordo do veleiro. De acordo com a polícia, é necessário aguardar a conclusão dos laudos resultantes da perícia feita no barco, que só ficarão prontos nos próximos dias. Quando a embarcação foi encontrada, populares afirmaram ter visto manchas de sangue e restos de ossos na embarcação. ;Até agora, não há indícios que nos façam acreditar nessa hipótese;, disse o superintendente da Polícia Federal no Maranhão, Fernando Segóvia.
A PF descartou também tratar-se de piratas. Segundo a legislação marítima internacional, o termo ;pirataria; é utilizado para designar um roubo em alto-mar, o que não parece ser o caso. ;A hipótese mais provável é que o barco tenha sido simplesmente furtado;, completou Segóvia. <--
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