A superlotação é verificada no Hospital Alpheu de Quadros, referência para a coleta de material de exames para o diagnóstico da dengue. Ontem à tarde, cerca de 100 pessoas aguardavam atendimento no Alpheu de Quadros, com grande parte delas alegando sintomas da dengue. Foi o caso do pedreiro Ângelo de Souza Miranda, de 36 anos, morador da Vila Telma. "Já são mais de duas da tarde e estou esperando atendimento aqui desde às oito da manhã", disse Ângelo. Ele reclamou de sintomas da dengue, como dor de cabeça e febre. Para Ângelo, a existência de lixo nos quintais e lotes vagos foi responsável pela prolifração do mosquito Aedes Aegypti na cidade.
A paciente Cleia Mendes de Souza, de 34 anos, moradora do bairro Santa Rita, teve que esperar por mais de quatro horas para consegui atendimento no Alpheu de Quadros. "Está muito difícil. Cheguei aqui antes das oito horas da manã", lamentou Cleia. Ela também reclamou há vários dias não passa em sua rua o "fumacê", usado no combate ao mosquito transmissor. O diretor do Hospital Alpheu de Quadros, Rodrigo Passos Ribeiro, admitiu que o surgimento de novos casos dengue provocou a procura por consultas médicas.
Ele disse que a estrutura do pronto-atendimento do hospital foi reforçada com a contratação de clínicos gerais. Alegou que o Alpheu de Quadros funciona como um pronto socorro para o atendimento de urgência e emergência e que os casos suspeitos de dengue somente são priorizados quando os pacientes contam com encaminhamento, depois de passar por outras unidades. "Por isso, a nossa recomendação é que as pessoas, antes de vir ao hospital, procure os centros de saúde dos bairro ou os postos do Programa de Saúde da Família", informou o diretor.
"Não vamos deixar ninguém com suspeita de dengue sem ser atendido", garantiu, ontem, o secretário municipal de Saúde de Montes Claros, José Geraldo de Freitas Drumond. Ele disse que, diante do surto de dengue na cidade, todos os médicos e enfermeiros do Programa de Saúde da Família e das unidades básicas de saúde dos bairros estão sendo treinados para o atendimento prioritário aos casos suspeitos da doença. Também recomendou que as pessoas devem procurar primeiro os serviços dos bairros para evitar a sobrecarga nos hospitais.
Apoio do Exército
Drumond informou que, além de agentes do Centro de Controles de Zoonoses da Prefeitura, a luta contra a proliferação do Aedes Aegypti foi reforçado com a participação de soldados do Exército nas ações para conter o avanço da dengue. Mas a prefeitura pede também o apoio da população, tendo em vista que 80% dos focos do mosquito estão dentro dos domicílios.