O projeto ;Tô Seguro;, de Educação do Consumidor de Microsseguro, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), será iniciado este mês, no Rio de Janeiro, tendo como foco as populações de baixa renda das classes C e D. O projeto piloto será implantado na favela Santa Marta, em Botafogo, pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Complementar e Capitalização (CNSeg), parceira da OIT no Brasil, de acordo com o contrato firmado em dezembro passado pelas duas entidades.
Por meio do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), a CNSeg irá verificar o perfil sócio-econômico da comunidade do Morro Dona Marta. A diretora executiva da confederação, Maria Elena Bidino, disse à Agência Brasil que será traçado o perfil dessa população, ;de consumo, de renda, faixa etária e, depois, haverá uma avaliação com relação ao seguro. Até que ponto eles conhecem seguro, entendem, acreditam e qual é a necessidade que apresentam;.
Com base nessas informações, será elaborado um gerenciamento de risco de seguro, utilizando-se vários meios de comunicação, como teatro, novela de rádio, filmes de curta metragem, ;sempre com o tema seguro e usando atores da própria comunidade;. Ao final de cada apresentação, será feita avaliação referente à compreensão das pessoas sobre os temas abordados.
A expectativa é beneficiar cerca de 6.300 pessoas que correspondem a 70% da população da comunidade do Santa Marta. Os trabalhos devem começar a ser apresentados na comunidade entre março e abril próximos.
Maria Elena destacou que o projeto da OIT no Brasil é inédito no mundo e poderá servir de referência para outros países. Ele tem a duração de 13 meses e visa levar educação de gerenciamento de risco e de seguro à população de baixa renda. ;É uma preocupação com a inclusão social, financeira e de seguros;.
;O objetivo é que isso possa ser absorvido pela indústria de seguros. Que as seguradoras se interessem e possam aplicar essa metodologia em outras regiões;. Segundo Maria Elena, as empresas seguradoras estão entusiasmadas em oferecer seus produtos a essa faixa específica da população, tendo em vista que o governo deve lançar oficialmente o microsseguro este ano.
Será feita uma avaliação em paralelo da comunidade Chapéu Mangueira, no Leme, com o objetivo de medir a receptividade da população ao microsseguro. ;Vamos oferecer os produtos lá também e vamos ver a diferença com a venda no Santa Marta, para medir a eficácia dos meios de comunicação que serão adotados;.
O projeto está avaliado em US$ 500 mil, dos quais US$ 350 mil serão doados pela OIT. A CNSeg está buscando doações junto ao Banco Mundial (BIRD), para viabilizar a participação do setor privado.