São Paulo - Voluntários, representantes da Cruz Vermelha e do Exército, funcionários públicos da cidade e de municípios vizinhos participaram nesta quinta (7) de um mutirão para remover a sujeira deixada pela maior enchente da história de São Luiz do Paraitinga, distante 182 quilômetros da capital paulista, em uma região serrana do Vale do Paraíba.
;Nossa grande preocupação é que há previsão de mais chuva, o problema é que as galerias estão entupidas;, disse à Agência Brasil o diretor de Turismo da prefeitura, Eduardo de Oliveira Coelho.
[SAIBAMAIS]Segundo ele, as inundações afetaram 70 dos 90 casarões do conjunto arquitetônico do centro histórico da cidade, fundada em 1769, entre eles a Igreja Matriz São Luiz Tolosa. Até o momento, 125 imóveis tiveram de ser interditados após a enchente, que completa uma semana amanhã (8).
Em entrevista à TV Brasil, no entanto, técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) avaliaram que apenas 5% dos monumentos tombados foram de fato danificados e que a maior parte poderá ser recuperada.
De acordo com o diretor de Turismo, 2,4 mil pessoas permanecem desalojadas. Cem técnicos trabalham para restabelecer plenamente o fornecimento de energia. O abastecimento de água voltou parcialmente, mas ainda é crítico o sistema de comunicação por meio de telefones fixos.
Coelho informou que, em visita feita ontem (6) à tarde ao município, o governador de São Paulo, José Serra, anunciou a liberação de R$ 10 milhões para as obras de reconstrução, incluindo a recuperação das estradas. Na área da saúde, serão investidos R$ 450 mil, dos cofres estaduais.
Segundo ele, 40% vagas em pousadas da cidade estavam reservadas para o tradicional carnaval, que costuma atrair muitos turistas, assim como a Festa do Divino, realizada em maio.
Um dos locais que tinham vendido pacotes para o carnaval é a Fazenda Serra do Vale, distante cerca de 10 quilômetros do centro. De acordo com o proprietário Cesar Deilascio, 50% das vagas já estavam reservadas. Ele disse que a maioria dos futuros hóspedes ainda não o procurou para comunicar desistência ou pedir o dinheiro de volta.
Deilascio criticou a exposição da situação da cidade pela mídia, embora reconheça os prejuízos. ;Está havendo muito alarmismo, nem todos os casarões foram afetados. O turismo não acabou e há outros atrativos;, afirmou ao lembrar que os turistas podem optar por passeios na área rural, entre outros.