São Paulo - Alojados em tendas improvisadas em uma praça do centro histórico de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, representantes de três empresas de turismo que atuam no município calculavam nesta quarta (6) de manhã os prejuízos causados pelas enchentes que devastaram a cidade no primeiro dia do ano.
Os meses de janeiro e fevereiro são os melhores para a prática do rafting, modalidade esportiva que mais atrai para a cidade pessoas que gostam do turismo de aventura, afirma o proprietário da Montana Rafting & Expedições, Luiz Augusto Pola Baptista. O rafting é um passeio de bote pelas corredeiras do Rio Paraibuna. Segundo Baptista, apenas a Montana fatura cerca de R$ 25 mil por mês.
No entanto, lamenta Baptista, agora são justamente as cheias do Paraibuna que impedem as empresas especializadas de fazer reservas de passeios, pelo menos para o curto prazo. Na manhã de hoje, Baptista estava fora da cidade para contratar pedreiros, eletricistas e outros profissionais que vão trabalhar na reconstrução de parte das casas destruídas durante as inundações.
Assim como Baptista, os demais proprietários de empresas de turismo de São Luiz do Paraitinga perderam os imóveis comerciais ; alguns tiveram a própria casa tomada pelas águas.
Eles foram os primeiros a ajudar no resgate de pessoas que ficaram ilhadas, antes da chegada de equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e do Exército. Juliano Ribeiro, da Companhia de Rafting, disse que, assim como os demais empresários do setor, perdeu todos os equipamentos usados na prática desse esporte, como botes, remos e capacetes.
Segundo Josiane Felix Salles, da Paraitinga & Turismo- Aventura & Cultura, algumas reservas feitas para o último final de semana foram canceladas, mas nenhum dos pacotes vendidos tinha sido pago com antecedência pelos clientes. Ela disse que, mesmo depois das enchentes, recebeu e-mails de pessoas interessadas em confirmar passeios. As cheias destruíram total ou parcialmente 70% dos casarões, alguns do Século 19, e deixaram metade da cidade debaixo da água.
De acordo com a Defesa Civil, o número de desalojados ainda está acima de 2 mil, mas até o fim da manhã de hoje, 250 casas tinham sido liberadas. Cento e cinquenta casas foram interditadas após vistoria feita por técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e do Instituto de Geologia.