Muitos imigrantes deixaram para a última hora a regularização de sua situação no Brasil. Nesta quarta-feira (30/12), último dia para que os estrangeiros obtenham a concessão de residência provisória, o posto de atendimento ao imigrante da Polícia Federal, no Rio, ficou lotado. A distribuição de senhas para o atendimento deve ser encerrada às 14h.
Os agentes avisam que não há mais tempo hábil para quem não providenciou os documentos exigidos no processo. Eles lembram que certos papéis, como o passaporte ou a certidão de inscrição consular, levam tempo para serem expedidos.
A anistia aos estrangeiros em situação irregular foi definida pelo Decreto 6.893, editado em julho, e beneficia os imigrantes que entraram no país até 1; de fevereiro de 2009, podendo conceder moradia provisória de dois anos. Com a regularização, os imigrantes poderão trabalhar no Brasil e ter acesso ao sistema de saúde, por exemplo.
Na Delegacia do Imigrante, no Aeroporto Internacional do Galeão, cerca de 50 pessoas procuraram atendimento até o início da tarde. Os agentes informaram que desde a publicação do decreto, mais de mil estrangeiros estiveram na unidade, a maioria peruanos, angolanos e chineses.
[SAIBAMAIS]O responsável pela unidade informou à Agência Brasil que nos últimos dias a procura aumentou bastante devido à divulgação do decreto nos veículos de comunicação. Uma imigrante cabo-verdiana, que pediu para não se identificar, disse que ficou sabendo da anistia na semana passada e correu para tirar os documentos.
;Eu não fiquei sabendo de nada até há pouco tempo;, afirmou a manicure. ;Estou com tudo pronto agora. Estou esperando chegar lá na sala para me dizerem se tenho condições [de ficar] ou se está faltando alguma coisa. Há dez anos tento me regularizar;, reclamou.
Um estudante angolano que vive no país há dois anos, que também preferiu ficar anônimo, cobrou mais divulgação do decreto. ;Só fiquei sabendo disso [da anistia] há um mês por meio de uma reportagem na televisão. Estava com problemas no passaporte e demorei para conseguir resolver;.
De acordo com a Polícia Federal no Rio, dos cerca de mil processos apresentados à Delegacia do Imigrante, entre 20% e 30% devem ser recusados por documentação incompleta ou por pendências judiciais no Brasil ou no país de origem. Os agentes explicaram que durante a regularização, imigrantes condenados acabaram sendo até detidos na unidade.