Mais de seis meses após o Airbus A330 que fazia o voo 447 da companhia Air France cair no Oceano Atlântico, matando as 228 pessoas, entre passageiros e tripulantes, o Escritório de Investigações e Análises francês (BEA), divulgou um novo relatório sobre o acidente. As informações são da BBC Brasil.
No documento apresentado hoje (17), em Paris, os investigadores afirmam que os sensores de velocidade (pitot) do avião teriam congelado durante o voo, mas que ainda não é possível estabelecer as causas do acidente. Segundo o relatório, o congelamento do instrumento teria sido apenas um dos fatores conjugados numa série de eventos que podem ter contribuído para que o avião caísse durante o voo entre o Rio de Janeiro e Paris.
;Neste estágio, apesar das análises extensivas realizadas pelo BEA com base nas informações disponíveis, ainda não é possível entender as causas e as circunstâncias do acidente", diz o relatório.
Os investigadores também sugerem a adoção de novos padrões de testes para os sensores. Segundo o BEA, o bloqueio dos pitots provocaria o envio de falsas medidas de velocidade para os computadores de bordo do avião.
Antes do acidente, a Airbus já havia recomendado que as companhias que utilizam aviões com semelhante sistema de medição de velocidade o substituíssem por outro modelo de tubos capazes de operar em temperaturas extremamente baixa sem o risco de congelar. Após a queda do Airbus A330, a própria Força Aérea Brasileira (FAB) atendeu a recomendação e substituiu os componentes do avão presidencial.
Hoje, logo após explicarem que o Airbus voava a uma grande altitude através de uma zona tropical conhecida pelas formações de nuvens densas, os investigadores ainda recomendaram uma análise mais profunda da composição das massas de nuvens em grande altitude pelas quais os aviões trafegam e uma reavaliação da certificação das aeronaves que voam nestas condições.
O relatório também pede mudanças para facilitar a localização das caixas-pretas dos aviões, que registram os dados do voo. Até hoje as caixas-pretas e boa parte da fuselagem da aeronave da Air France ainda não foram recuperadas. Os investigadores já disseram que, sem as caixas-pretas, as causas definitivas do acidente não serão conhecidas. As buscas pelos equipamentos deverão ser retomadas no início de fevereiro.