A Agência Brasil apurou que até mesmo pessoas não ligadas à direção da unidade, e que estavam lá no momento da rebelião, estranharam as reivindicações dos adolescentes que, entre outras coisas, queriam direito à visita íntima, à realização de atividades pedagógicas (como a que estava ocorrendo) e à autorização para receber os chamados ;malotes; dos familiares, com refeições, roupa, utensílios e outros donativos dos parentes.
A rebelião, no entanto, chamou a atenção da Organização dos estados Americanos (OEA), que pediu ao governo brasileiro um relatório até o próximo dia 15 sobre a situação dos jovens e as medidas para garantir a vida e a integridade física dos internos. Na sexta-feira (4), uma comitiva da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) esteve no Espírito Santo para uma reunião com a direção da Unis, a Secretaria de Justiça, o Ministério Público, a Vara da Infância e da Justiça, além de outras entidades ligadas ao Conselho Estadual da Criança e do Adolescente.
A comitiva também falou com alguns adolescentes internos. De acordo com Lúcia Elena Rodrigues, coordenadora-geral do Programa de Implantação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Pró-Sinase) da SEDH, que participava da comitiva, os internos se queixam de permanecerem um grande número de horas presos nas celas. ;Os adolescentes estão com restrição de circulação. Não há espaço onde eles possam circular."
A falta de espaço é causada pela construção de novas alas na unidade. Boa parte do pátio é usada para guarda e uso do material de construção. Além da falta de espaço de circulação, os adolescentes não têm uma área adequada para tomar banho de sol. ;Esse lugar onde eles tomam banho de sol tem aquela concepção de presídio, com espaço aéreo gradeado, que cria um clima de opressão permanente. Isso para um adolescente é enlouquecedor;, assinala Lúcia Elena.
Na avaliação da coordenadora, a Unis ;reproduz uma concepção do espaço físico que se assemelha a uma unidade prisional para adultos;. Ela avalia que o ideal é a que unidade seja desativada. ;A solução principal que a gente postula é que a Unis seja desativada. Para isso, outras unidades precisam ser edificadas. Isso já vem acontecendo;, reconheceu Lúcia Elena citando a construção de uma nova unidade em Cariacica e outras em Linhares e Cachoeiro do Itapemirim. As duas últimas deverão ser entregues em fevereiro e a licitação para a construção da primeira já foi feita, informa a Secretaria de Justiça.
Segundo Ângelo Roncalli, a Unis não será desativada, ;mas vai deixar de existir nos moldes do que era. Não irá passar de 200 internos, divididos em três áreas independentes;.<-- .replace('
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