Rio de Janeiro - Desde que foi criado, há 50 anos, por dom Helder Câmara, o Banco da Providência vem atendendo uma média de 40 mil pessoas por ano por meio de diversas ações sociais. A principal fonte de renda do banco é a Feira da Providência, que foi aberta nesta quarta (25), no Riocentro. O tema dessa edição, a 49;, comemorativa do centenário de nascimento de dom Helder, é "Aqui, um mundo melhor é possível".
O arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, destacou a importância da iniciativa de dom Helder de prestar ajuda aos necessitados. Ele lembrou que a feira soube mudar e se adaptar aos novos tempos, mas sempre angariando fundos para as obras sociais apoiadas pelo Banco da Providência. ;Gostaríamos que essa questão social tivesse sido resolvida, que não fosse tão necessário ter tantos eventos para trabalhar em prol da igualdade social, da melhoria de vida, para a capacitação;, disse Tempesta.
A diretora-geral do banco e coordenadora da feira desde a sua primeira edição, Marina Araújo, destacou a capacidade de adaptação da iniciativa para continuar atingindo seus objetivos. ;Dom Helder dizia que quem fica igual não progride. Então, nós procuramos nos atualizar. E a gente está trabalhando dentro do mesmo espírito, atravessando os anos;, disse.
A diretora social do Banco da Providência, Celina Moreira Franco, afirmou que a feira representa 70% dos recursos aplicados pela instituição em obras sociais. Além de projetos de capacitação profissional para geração de trabalho e renda, Celina enfatizou que ;o trabalho mais profundo que nós fazemos é com famílias que vivem abaixo do nível de pobreza;. São atendidas 1 mil famílias por ano.
Elisa Helena Maurício, da comunidade Costa Barros, já recebeu ajuda do Banco da Providência e relata que sua experiência foi um sucesso. ;Eu não sabia nada. No banco, eu fiz curso de auxiliar de cozinha, depois para lancheira, para doces finos e salgados. Aprendi muita coisa e, hoje em dia, eu estou ganhando meu dinheiro com o que aprendi lá. E pretendo crescer mais ainda. Minha vida mudou muito.;
Segundo a gerente de Projetos Sociais do banco, Terezinha Nascimento, o lucro líquido da feira, que é investido em projetos sociais, é de uma média de R$ 2,7 milhões por ano. As comunidades assistidas se localizam, em geral, nas regiões mais pobres e de mais difícil acesso do Rio de Janeiro, especialmente nas zonas Norte e Oeste.
A secretária estadual de Assistência Social do estado, Benedita da Silva, disse que a Feira da Providência tem sido parceira do governo fluminense na iniciativa de vencer os desafios da inclusão social. ;Eu acho que é um braço forte, porque esse é, verdadeiramente, o banco social da nossa população;, disse Benedita.
A 49; Feira da Providência se estenderá até o dia 29 deste mês. Dela, participam 15 estados brasileiros e 32 países, que oferecem aos visitantes produtos típicos a preços populares.