Funkeiros cariocas comemoram Dia da Consciência Negra com show num trem

O funk, que há cerca de dois meses ganhou do governo fluminense o status de movimento cultural, tomou conta hoje, no Dia da Consciência Negra, dos trilhos do sistema ferroviário da região metropolitana do Rio de Janeiro. Num feriado de sol e muito calor, cerca de 1.800 passageiros lotaram um trem sem ar condicionado da concessionária SuperVia, dançando ao som do ;batidão; do funk, da Central do Brasil à estação de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

[SAIBAMAIS]O Trem do Funk copiou o molde do já tradicional Trem do Samba, que há 13 anos reúne sambistas numa viagem da Estação Dom Pedro II, no centro da cidade, ao subúrbio de Oswaldo Cruz, todo dia 2 de dezembro. Depois da apresentação, num palco montado na Central do Brasil, o Trem do Funk teve sua partida anunciada pelo sambista Neguinho da Beija-Flor, e seguiu em velocidade reduzida com destino a Belford Roxo. No caminho, houve paradas nas estações de Jacarezinho, Mercadão de Madureira e Pavuna para o embarque de vários grupos de funk.

Para o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, um dos incentivadores do Trem do Funk, a iniciativa tem o objetivo de promover cada vez mais a integração com a diversidade cultural do Rio. ;O funk é uma forte manifestação genuína do Rio e agora ganha mais este espaço;, disse. Além de dezenas de pessoas que promovem o funk na cidade, aderiram à iniciativa alguns nomes de outros gêneros musicais, como os sambistas Neguinho da Beija-Flor e Ivo Meireles e os integrantes do grupo AfroReggae.