Mesmo depois de decidir pela extradição de Cesare Battisti, os ministros do Supremo Tribunal Federal deixaram para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a palavra final sobre o retorno do ex-ativista à Itália.
Os ministros Ayres Britto, Eros Grau, Carmen Lúcia, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio Mello defenderam que Lula deveria, sim, interferir no destino do italiano. Segundo eles, o Supremo pode autorizar a entrega de Battisti, mas não determiná-la. "O processo extradicional começa no Poder Executivo e termina no Executivo", disse o Ayres Britto. O voto de Eros Grau foi por diversas vezes contestado, mas o ministro confirmou sua posição a favor de que a decisão fique nas mãos do presidente da República.
O julgamento do italiano começou no dia 9 de setembro, foi interrompido por um pedido de vista do ministro Marco Aurélio Mello e retomado na última quinta-feira (12/11). O voto de Mendes, a favor da extradição do italiano, desempatou a discussão na tarde desta quarta-feira (18/11). Antes, o placar sobre a extradição de Battisti estava empatado.
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália, acusado de quatro homicídios cometidos na década de 1970, quando liderava o grupo extremista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).