A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PV-AC) disse nesta terça-feira (10/11) que a proposta brasileira de reduções de emissões de gases de efeito estufa tem que garantir compromissos para os setores de energia, agricultura e indústria. A posição brasileira deve ser definida ainda esta semana, até agora o que está acertado é a redução do desmatamento em 80%, o que deve baixar as emissões brasileiras em 20%.
Provável candidata à Presidência da República em 2010, Marina, que já tinha classificado a proposta brasileira como ;tímida;, evitou criticar os números apontados pelo governo até agora e afirmou que o compromisso que o Brasil pretende assumir na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em dezembro, em Copenhague, se deve em grande parte a ações de sua gestão no Ministério do Meio Ambiente.
;Tínhamos as bases para que pudéssemos chegar às metas. Já existia a possibilidade da redução de 20% das emissões por desmatamento, que é a queda de 80%. Isso já era tácito;, afirmou.
[SAIBAMAIS]A ex-ministra também o citou o Plano Nacional de Mudança do Clima, que deixou ;praticamente pronto;, e o Fundo Amazônia. ;Eu pessoalmente negociei com o governo da Noruega [único doador do fundo até agora, com aporte de US$1 bilhão];, disse.
Marina também evitou comentários sobre o fato de a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, chefiar a delegação brasileira em Copenhague. ;Acho que a gente não deve fulanizar essa questão. O importante é que o Brasil possa ir comprometido com metas, é isso o que tenho defendido;, disse a senadora após participar de evento sobre mudanças climáticas promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Durante apresentação, Marina afirmou que o alerta sobre os riscos do aquecimento do planeta não é ;ecoterrorismo; e que as questões ambientais têm que ser consideradas no planejamento de todas as ações de governo, sem separar crescimento de preservação.
;Nos últimos meses tenho visto ações mais progressistas de setores que eram os mais resistentes ao debate. Tomara que fiquem todos mais ambientalistas que eu, quem vai ganhar é o Brasil. O importante é fazer o dever de casa, ter uma meta para levar a Copenhague."