Jornal Correio Braziliense

Brasil

Gasto de turista de eventos internacionais no Rio supera média de outras cidades, revela pesquisa

Os turistas entrangeiros que participaram de dez eventos corporativos ou profissionais no Rio de Janeiro tiveram um gasto diário de US$ 395,35, muito acima da média nacional, de US$ 285,10, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada na manhã hoje (15). O levantamento, encomendado pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), foi feito entre 2007 e 2008. De acordo com a pesquisa, os congressos e convenções realizados na cidade, nesse período, movimentaram U$ 14,92 milhões. A média diária de gastos de turistas que visitam o Rio a negócios é de US$ 116,50 e a lazer, de US$ 98,10, segundo levantamento feito em 2007 pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP), a pedido da Embratur. "Isso mostra que o Rio de Janeiro oferece várias opções, fora da agenda dos eventos, em compras, cultura, moda e joias, por exemplo", explica a presidente da Embratur, Jeanine Pires, que divulgou no Rio os dados da Pesquisa do Impacto Econômico dos Eventos Internacionais no Brasil 2007/2008. O estudo da FGV inclui dados que acabam com o mito da violência urbana carioca, enfatiza a Embratur: "No Rio de Janeiro, 51% dos pesquisados disseram que a imagem que tinham da cidade melhorou depois de a conhecerem. Somando-se [esse contingente de turistas] aos que disseram que a imagem continuou a mesma, chega-se a mais de dois terços. Mas o mais significativo é que quase 90% deles pretendem voltar à cidade para lazer, como turistas comuns". Com permanência média de seis noites no país, 94,4% dos visitantes estrangeiros entrevistados na pesquisa durante os eventos no Rio ficaram hospedados em hotel e usaram o táxi como principal meio de transporte (61,8%). Ainda segundo o levantamento, 72,6% visitaram pela primeira vez a cidade. "Essa pesquisa vem mostrar como um evento pode modificar a imagem da cidade e impactar positivamente sua economia. E o Rio de Janeiro, por causas da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016, tem uma grande oportunidade em suas mãos", disse Jeanine Pires. A presidente da Embratur chama a atenção ainda para o fato de as pessoas ouvidas pela FGV serem profissionais de alto nível de instrução e de renda %u2013 ou seja, formadores de opinião e influentes em seus meios sociais: "54,5% delas recebem mais de US$ 3 mil por mês e 10% mais de US$ 10 mil". Praticamente a metade das pessoas pesquisadas admitiu que o fato de o evento ser realizado no Brasil foi determinante para sua inscrição, o que também revela a curiosidade crescente que o Brasil desperta no exterior. As 14 cidades incluídas na amostragem são capitais e outras com perfis próprios de excelência no tema do evento ou com capacidade de exploração de sua vocação turística, de produtos e de serviços. O estudo completo lista 36 eventos realizados nestas cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, Águas de Lindoia, Búzios, Campinas, Foz do Iguaçu, Porto de Galinhas e Santos. Gasto médio diário, perfil das despesas, país de residência, faixa de renda, tempo de permanência, percepção da imagem da cidade-sede do evento e intenção de retorno dos participantes estrangeiros ao país estão entre os principais dados fornecidos pelo estudo. "Apesar de o Rio ser o lugar onde mais se gasta, a cidade de São Paulo está à frente no número de eventos. É a primeira colocada nas três Américas, segundo a Associação Internacional de Congressos e Convênios (ICCA, na sigla em inglês), e a décima segunda no mundo, com 75 eventos internacionais em 2008", acrescenta Jeanine Pires. No total, o Brasil sediou 254 eventos internacionais, de acordo com a ICCA, ocupando a sétima posição no contexto mundial. No mesmo ano, o Rio de Janeiro promoveu 41 congressos, simpósio, seminários e convenções abertos a estrangeiros.