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UFRN é a 2ª no ranking das instituições que mais produzem lixo

A UFRN ocupa, hoje, o segundo lugar no ranking das instituições e empresas do Rio Grande do Norte que mais produzem lixo no estado. Todos os anos, 478 mil toneladas de material - reciclável ou não - são eliminadas pela universidade, que possui uma área de 122,9 hectares. O papel corresponde a 20% do montante de lixo produzido e enviado para o aterro sanitário de Ceará-Mirim, controlado pela empresa Braseco, que também recebe todo o lixo de Natal e de parte da região Metropolitana. Os números são da gerência da Unidade de Armazenamento Temporário de Resíduos da UFRN, que pretende implantar, no início de 2010, um programa para reduzir o impacto no meio ambiente desse lixo. O projeto prevê a intensificação da coleta seletiva pela comunidade acadêmica com coletores espalhados por todos os pontos da UFRN. Uma cooperativa de catadores de material reciclado será contratada, via licitação, para separar o lixo sólido comum, numa segunda triagem, e tirá-lo do campus. Já a retirada da universidade dos resíduos perigosos, especialmente os produzidos pela maioria dos 300 laboratórios da UFRN, ficará sob a responsabilidade de uma empresa com licença ambiental contratada através de pregão eletrônico. A logística da coleta dos resíduos será de responsabilidade da universidade. Segundo o gerente da Unidade de Armazenamento Temporário de Resíduos, Marcos Paulo Gomes, existe um programa tímido de coleta seletiva funcionando desde 2001 na UFRN, que deverá ser intensificado com o projeto. "A UFRN guarda, hoje, todo o tipo de resíduo, até o radioativo. A comunidade da universidade é formada por 32 mil pessoas e com o Reuni esse número vai subir para 45 mil. É muita gente produzindo lixo e temos que pensar numa maneira de minimizar a geração de resíduos", conta. Papel, o vilão Gomes cita a quantidade de papel descartada no campus para mostrar a importância de se fazer a reciclagem e a coleta seletiva. Ele conta que até 2005, a UFRN consumia, só no período de matrícula e renovação de cadastro, 1.200 resmas de papel por semestre, o que daria um total de 600 mil folhas de papel. "Com a implantação do sistema online de matrículas, a universidade economizou as 1.200 resmas. Proporcionalmente, o papel está na lista de maior produção de resíduo e corresponde a 20% do lixo da UFRN", afirmou. Comparando o programa da UFRN com o de outras instituições de ensino, Marcos Gomes conta que a Universidade de Campinas (Unicamp) já realiza um trabalho semelhante, mas especificamente com resíduos perigosos, o que na linguagem científica significa elementos com características inflamável, corrosivo, reativo e tóxico. "A UFRN está iniciando uma gestão completa de todos os tipos de resíduos", diz ele, que será o gestor dos resíduos perigosos, conectando a unidade com todos os laboratórios do campus. Números - 478 mil toneladas de lixo são produzidas por ano na UFRN - A comunidade universitária tem 32 mil pessoas - O campus central tem 122,9 hectares