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Pnad se renova e trata este ano de vítimas de violência

Depois de 21 anos, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, cujas informações começam a ser coletadas nesta terça-feira (6/10), vai investigar questões relacionadas à violência. A partir das perguntas incluídas no suplemento Vitimização e Justiça, a Pnad pretende verificar se a população sofreu algum tipo de agressão, por parte de quem, e se recorreu à polícia ou à Justiça para solucionar conflitos. A pesquisa é realizada com base em um questionário aplicado a moradores de mais de 150 mil domicílios brasileiros e traz também informações sobre emprego, rendimento, saneamento básico, alfabetização e demografia, entre outros. O período de coleta vai até 15 de dezembro e os resultados serão apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano que vem. [SAIBAMAIS]De acordo com a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, trata-se de um tema que vinha sendo demandado com certa frequência por diversos setores da sociedade. "É um suplemento que vem sendo pedido há algum tempo por muita gente, de pesquisadores a responsáveis por políticas públicas, incluindo o Conselho Nacional de Justiça. Não chegamos a fixar um convênio com nenhum órgão, mas agora o IBGE percebeu a necessidade de investigar e resolveu colocar em campo. É um tema atual e vai dar resultados bastante interessantes", afirmou Maria Lúcia. Entre as novidades no questionário deste ano, ela citou a separação de dados relativos a roubos e furtos, que na edição de 1988, última a abordar o tema, eram contabilizados juntamente com uma pergunta sobre agressão cometida pelo cônjuge, que antes era entendido como parente ou como conhecido; e ainda o acréscimo de uma questão sobre o uso de dispositivos de segurança no domicílio, como fechaduras, barras contra arrombamento ou outros recursos. Segundo Maria Lúcia, todos esses dados poderão ser comparados aos apresentados pela Pnad 1988, que revelaram, por exemplo, que naquela época 4,2% da população tinham sido vítimas de roubo ou furto, principalmente de veículos. Desse total de pessoas, 67,5% não recorreram à polícia para registrar o caso, 27% por não acreditarem na instituição. A próxima edição da Pnad também vai trazer um suplemento sobre a segurança alimentar dos domicílios, dando continuidade à investigação realizada em 2004. Entre as questões que fazem parte do questionário estão a possibilidade de um morador ter diminuído a quantidade de alimentos ingeridos ou ter passado fome por falta de dinheiro para comprar comida, ou ainda de ter deixado de contar com uma alimentação saudável e variada pelo mesmo motivo. Ainda segundo a gerente da Pnad, todos esses dados poderão servir de base para o desenvolvimento de políticas públicas visando à melhoria dos serviços para a população. "Como qualquer dado da Pnad, essas informações devem ser revertidas em prol da população. O objetivo é retratar o país para que o governo possa beneficiar os brasileiros, direcionando melhor suas políticas."