Com "caras pintadas", cartazes com frases de efeito e nariz de palhaço, estudantes de escolas públicas e privadas e um grupo de pré-vestibulandos realizaram na manhã desta segunda-feira (5/10) uma manifestação na Avenida Colares Moreira em frente ao Tropical Shopping.
[SAIBAMAIS]
De acordo com os organizadores, a manifestação era pacífica e tinha como principal foco a indignação contra a súbita implantação, sem o devido planejamento, do novo Enem, além de exigir a presença da Polícia Federal no acompanhamento do processo de elaboração, impressão e distribuição das provas.
"Visamos impor nossa indignação perante o desrespeito da implantação de um processo imposto aos alunos. O novo Enem foi decidido em maio e em outubro já seriam realizadas as provas. Os alunos tiveram um curto tempo para se preparar. A única certeza que tínhamos era a data. E agora? Nada", explicou revoltado Daniel Viana, 17 anos, estudante do 3º ano do Colégio Dom Bosco.
Daniel, que estava à frente da manifestação, informou ainda que os estudantes não são contra o novo Enem, mas sim com a forma rápida e desorganizada como ele foi implantado. "Consideramos o novo Enem uma melhoria, mas a sua implantação foi muito precipitada", completou o estudante.
Outro ponto das reivindicações da manifestação é acerca da nova data das provas. Há o risco de que as novas provas coincidam com as datas do vestibular da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), marcadas para 08 de novembro (1ª etapa) e 06 de dezembro (2ª etapa).
Além dos estudantes, o Coordenador do Ensino Médio do Colégio Dom Bosco Nelson Fontinhas e a professora da Universidade Federal do Maranhão (Ufma) e Coordeandora do Dom Bosco, Artenira Sauaia, que também é mãe de uma candidata, estiveram presentes na manifestação.
Para Artenira Sauaia, além do processo do Enem ter sido precipitado, a fraude ocorrida já era esperada. "A fraude era previsível, uma vez que num processo que envolve milhões de provas a presença da Polícia Federal era imprescindível, o que não aconteceu. A PF é a única instituição que tem lisura para conduzir e fazer a segurança de um processo tão complicado como o do Enem", ressaltou Artenira.
A professora da Ufma, que também é psicóloga, diz que acompanha como profissional e como mãe de aluno, a pressão psicológica sofrida pelos estudantes que tiveram seu tempo de preparo para o vestibular resumido com a adesão da Ufma ao novo Enem.
Nelson Fontinhas, Coordenador do Dom Bosco reclama que a escola também foi prejudicada com o processo do exame, uma vez que teve que trabalhar em menos de seis meses um conteúdo que normalmente é trabalhado em um ano.
"É um absurdo! A gente está trabalhando duro para dar conta de passar um conteúdo que normalmente é dado em um ano, em menos de seis meses. Isso sem falar que nossos alunos também farão o vestibular da Uema e também temos que trabalhar o conteúdo, que se diferencia do conteúdo do Enem", enfatiza Fontinhas.
Depois da manifestação, os estudantes apresentariam um documento à Ufma onde contesta a posição contrária à "adesão precipitada" ao novo Enem. O protesto estendeu-se até o fim da manhã.