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Em São Luís detentos ocupam tempo trabalhando e aprendendo

Por trás dos altos muros de uma cadeia pode correr uma rotina tão comum que chega a causar estranheza. Esse é o caso da Penitenciária de Pedrinhas, que funciona em regime semi-aberto, onde metade dos 470 detentos trabalha das seis às 20 horas em atividades externas, enquanto a outra metade passa grande parte do dia realizando atividades internas. Essas alternativas têm colaborado de forma muito significativa para a redução da violência no local, que não registrou nenhuma rebelião esse ano. O cenário diurno do interior da Penitenciária de Pedrinhas conta com pavilhões de portas abertas e uma "barbearia" ao ar livre. No grande pátio que reúne uma igreja, o farol da educação, os pavilhões, a escola, o galpão das oficinas e a área administrativa, os detentos circulando livremente entre os visitantes, agentes penitenciários e funcionários. Em Pedrinhas, os detentos têm acesso a uma escola, contam com oficinas permanentes de macenaria, vime e artesanato, além de algumas periódicas, como de mecânica de autos. Os detentos dessa unidade prisional também trabalham colaborando com a limpeza e manutenção do presídio. "Todos os detentos que não estão trabalhando externamente estão inseridos em alguma dessas atividades internas", explica o Supervisor da Penitenciária de Pedrinhas, Maércio Cutrim. O supervisor ainda destaca que essas atividades são de vital importância para a conservação da ordem dentro de Pedrinhas. Ele afirma que se ficassem o dia inteiro trancados, os detentos ficariam agitados, mas enquanto estão trabalhando eles se distraem. "Os detentos gostam muito de participar das atividades, porque tem caráter terapêutico. Além de serem remunerados e receberem o benefício de redução da pena, eles conseguem voltar a atenção para outra coisa, que não o cárcere", analisa.