Jornal Correio Braziliense

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Empresário Luciano Farah é condenado a mais 19 anos de prisão

Mais de 20 horas de julgamento e uma nova condenação ao empresário Luciano Farah do Nascimento, de 37 anos. Já preso pelo assassinato do promotor de Justiça Francisco José Lins do Rêgo, em janeiro de 2002. Luciano e o ex-soldado da Polícia Militar Edson Souza Nogueira de Paula, de 34 anos, foram condenados à prisão pela morte de um homem suspeito de roubar R$ 390 de um dos postos da rede de combustíveis do empresário. Anderson de Carvalho foi executado a tiros, às margens da BR-040, dez dias antes do crime contra o promotor. Além dos dois, o office-boy Geraldo Roberto Parreiras, de 26 anos, também sentou-se no banco dos réus no Fórum de Contagem, na Grande BH. Geraldo, que está em liberdade condicional pela morte de José Lins do Rêgo, foi absolvido da acusação. A pena para Luciano foi de 19 anos em regime fechado e o ex-militar terá que cumprir a sentença de 12 anos de reclusão. Os advogados de defesa disseram que vão recorrer da sentença. O julgamento começou por volta das 8h30 e só terminou às 4h desta madrugada. A defesa dos réus chegou a pedir para que os três fossem julgados separadamente, mas a juíza não concordou. Luciano Farah negou o assassinato de Anderson, assim como fez o ex-soldado da PM. A defesa dos três ainda insistiu na negativa de autoria, com base na falta de provas. A sessão precisou ser interrompida por causa de um bate-boca entre a promotoria e a defesa. O caso O julgamento pela execução do suspeito de roubo foi marcado inicialmente para julho, mas foi adiado por duas vezes. De acordo com denúncia do Ministério Público, Anderson de Carvalho foi a um posto de combustível da família Farah, na Rua Araguari com Avenida Amazonas, no Bairro Barro Preto, Região Centro-Sul da capital, rendeu os frentistas com uma arma e fugiu com R$ 390 em dinheiro. Geraldo Parreiras teria informado Farah e Edson sobre as características do ladrão e o ônibus que ele havia tomado. Os três interceptaram o coletivo, apontando armas para obrigar o motorista a parar e Edson entrou no ônibus se passando por policial civil, acompanhado do empresário. Ainda segundo a denúncia, o ex-policial Edson Souza algemou o suspeito do assalto e o colocou no carro. Na BR-040, ele disparou 16 tiros nas costas de Anderson, seguindo ordens do patrão, "em verdadeira atividade típica de grupo de extermínio", conforme relata o MP, que denunciou os réus por homicídio qualificado e motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e meio cruel. Conforme o Fórum Lafayette, Luciano Farah está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, desde 2002, cumprindo pena de 21 anos e seis meses pela morte do promotor.