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Protestos: Índios dão trégua temporária em Amarante do Maranhão

Os índios da etnia guajajara vinham há dois meses reivindicando estradas que deem acesso às aldeias, para a instalação de energia elétrica. As aldeias foram deixadas de fora do projeto Luz Para Todos do governo federal, por falta de acesso dos veículos automotores. Ontem (23/9), em reunião com representantes da Companhia Energética do Maranhão (Cemar) e da prefeitura de Amarante, foi acertado que hoje chegariam à cidade duas carretas com o material para eletrização e um trator, para abrir caminho nas estradas de "mata fechada". Com isso, os ânimos se acalmaram. Após vários incidentes envolvendo reféns e fogueiras nas rodovias, os índios prometeram abortar a revolta caso o serviço seja iniciado hoje, como havia prometido a prefeitura. "As carretas já chegaram, mas ninguém começou a fazer nada ainda. Estamos tomando providências pra ver se vão cumprir ou não", afirma o cacique José da Silva Guajajara, da tribo Bezerra. Alguns índios estão no hospital da cidade, onde se encontra o marido da prefeita Adriana Ribeiro, que não se encontra na cidade. Eles pretendem conseguir informações precisas do esposo, médico do hospital. Dependendo das respostas, a revolta continuará ou não. "Eles estão protelando há muito tempo, a gente quer saber que rumo vai tomar essa história", declara o cacique. Não houve, nos últimos dias, manifestações violentas. "As coisas estão se ajeitando", diz José.