O Brasil tem menos alunos na educação básica este ano do que no ano passado. Até maio, havia 52.099.832 estudantes nas escolas da rede pública e privada do país, com um número de matrículas 2,3% menor em 2009, se comparado ao ano anterior.
O recuo ocorreu em todas as regiões do país, com maior destaque para Nordeste e Sudeste. Os dados fazem parte do Censo Escolar da Educação Básica de 2009, divulgado ontem pelo Ministério da Educação, e também mostram redução no número de escolas no país.
Os dados são preliminares e ainda podem sofrer mudanças. Em 2008, por exemplo, o número de matrículas caiu de 53.313.840 para 53.232.868 após a consolidação. Para fazer a comparação, o ministério recomenda levar em conta apenas os dados preliminares deste ano e do ano anterior.
Nesse caso, são 1,2 milhão de alunos a menos. No recorte por áreas, houve aumento de matrículas apenas nas creches, em torno de 6%. Na pré-escola, nos ensinos fundamental e médio o cenário foi de queda em 2009, assim como na educação de jovens e adultos, segmento que teve a maior redução: 7,7%.
Os números mostram uma queda de 3,5% nas matrículas no Nordeste, onde o número de estudantes nas escolas passou de 16.647.763 para 16.051.957. No Sudeste, a quantidade de matrículas na educação básica caiu de 20.926.788 em 2008 para 20.505.283 este ano. No Sul, o recuo foi de 1,83%, enquanto no Centro-Oeste houve queda de 0,99%, e no Norte, 0,65%. Os dados do censo servem de referência para o governo federal repartir o Fundo Nacional de Manutenção da Educação Básica (Fundeb) entre estados e municípios.
Gravidez
No Distrito Federal, o número de matrículas caiu 1,03%, passando de 678.380 em 2008 para 671.348 este ano. A adolescente Janaína Pereira Marciano, 16 anos, vai passar 2009 sem estudar. Moradora da Estrutural, deixou a escola no meio do ano passado, quando cursava a 7ª série do ensino fundamental, para dar à luz o primeiro filho. Este ano, tentou uma vaga mas não conseguiu. "Achei que estava garantida, mas me disseram que não tinha mais vagas", lamentou.
Mas a evasão escolar não é o fator que mais contribuiu para a queda no número de alunos na educação básica. Pelo menos de acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad. Ele disse ontem que a queda nas matrículas não siginifica mais estudantes fora da escola.
Segundo o ministro, as taxas de fertilidade, também em índices mais baixos, têm causado uma pressão menor na demanda do sistema de ensino. Além disso, a redução nos índices de repetência elevou o fluxo de alunos, o que contribui para que as crianças deixem a escola mais rapidamente.