O desmatamento na Amazônia em julho foi 93% maior que o verificado no mesmo mês de 2008, de acordo com relatório divulgado nesta terça-feira (1/9) pela organização não governamental (ONG) Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), que utiliza imagens de satélites, mostrou que houve a derrubada de pelo menos 532 quilômetros quadrados (km²) de florestas em julho. No mesmo mês do ano passado, a área derrubada foi de 276 km².
O levantamento da ONG é paralelo à estimativa oficial, calculada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que deve divulgar os números de julho ainda hoje.
De acordo com o Imazon, o desmate ficou concentrado no oeste do Pará, na região do entorno da BR-163 e da Terra do Meio, um conjunto de unidades de conservação, pressionado pelo avanço da pecuária. O estado foi responsável por 70% do desmatamento verificado em julho, com 372,4 km² a menos de florestas.
Mato Grosso aparece em seguida, com 64 km² (12% do total), e o Amazonas em terceiro, com 53 km² de derrubada no período (10%). Com poucas nuvens sobre a região, os satélites conseguiram observar 81% da Amazônia, segundo o relatório.
De acordo com o Imazon, pelo menos 18% dos novos desmatamentos verificados em julho ocorreram dentro de unidades de conservação, (UCs) que deveriam ser áreas protegidas da exploração ilegal de madeira. As UCs mais afetadas foram a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu e as florestas nacionais de Altamira e do Jamanxim, todas no Pará.
Apesar do aumento do desmate em julho, os dados do Imazon apontam redução da derrubada entre agosto de 2008 e julho de 2009 em relação ao período anterior (agosto de 2007 a julho de 2008). Pelos números do SAD, o desmatamento acumulado até agora foi de 1.766 km², ante 5.031 km² do período anterior, o que corresponde a uma queda de 65%.