Apesar das campanhas oficiais, os sintomas e os cuidados com a influenza A (H1N1) não são totalmente conhecidos pela população. Pelo menos foi essa a constatação de profissionais da área de saúde que, durante a manhã de ontem, fizeram uma campanha de conscientização na entrada do Novo Gama (GO), no Entorno do Distrito Federal. Das cerca de 4 mil pessoas atendidas, apenas mil sabiam as diferenças entre a gripe normal e a suína. Além disso, enfermeiros, médicos e técnicos em enfermagem que estiveram no local observaram que as maiores dúvidas dos moradores são relacionadas aos sintomas. Ontem, a diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS) Margaret Chan afirmou que 60% das mortes provocadas pelo vírus da nova gripe são em pessoas com problemas de saúde pré-existentes e 40% correspondem a jovens adultos saudáveis.
A maior parte das dúvidas foi entre as pessoas mais jovens, principalmente no tocante à higienização. Os profissionais distribuíram cerca de 2 mil panfletos, a mesma quantidade de máscaras de proteção e de frascos de álcool em gel. Os enfermeiros, que fizeram o atendimento em tendas armadas na entrada da cidade, aplicaram o produto nas mãos de quem passava, enquanto médicos e outros profissionais explicavam e esclareciam dúvidas sobre a doença. O atendimento também foi feito dentro dos ônibus, apesar dos protestos de alguns motoristas. O evento, promovido pela organização não governamental Saúde até Você, envolveu diversos órgãos públicos do município goiano e do Ministério da Saúde.
Morte
Ontem, mais uma pessoa morreu no Rio Grande do Sul em decorrência da nova gripe. A vítima era uma mulher de 24 anos, que morava em Porto Alegre. De acordo com os números oficiais, chega a 99 o número de mortes. Com isso, subiram para 558 os óbitos causados pela enfermidade no Brasil, onde o vírus, segundo a diretora da OMS, viaja em uma velocidade incrível e inédita. ;Em seis semanas, o H1N1 percorreu a mesma distância que outros vírus em seis meses;, indicou Margareth Chan.
A diretora da OMS também alertou que ;até 30% dos habitantes de países com uma forte densidade populacional correm o risco de se infectar;, acrescentando que as nações devem ;se preparar para o pior e esperar o melhor;, já que as pandemias gripais são ;altamente imprevisíveis;.