Rio de Janeiro - Cerca de 100 homens fortemente armados tentaram invadir na madrugada deste sábado (29/8) o Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na zona norte do Rio de Janeiro, para tomar os locais de venda de drogas de traficantes rivais. Na avenida Automóvel Clube, que dá acesso à favela, houve intensa troca de tiros. Duas patrulhas da Polícia Militar que faziam ronda ficaram no meio do fogo cruzado e cinco policiais militares foram baleados.
Mesmo feridos, os policiais conseguiram pedir reforço, mas as viaturas da PM não conseguiam se aproximar por causa dos tiros. Um cabo que passava pelo local em um carro blindado atravessou o veículo na pista e socorreu os colegas, levando-os para o Hospital Salgado Filho, no Méier.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria municipal de Saúde, o cabo Valdecir Cordeiro de Jesus foi atingido no pé e passa bem; o soldado Gustavo Ribeiro Meirelles levou um tiro na boca e teve uma fratura na mandíbula. Ele foi operado e está estável. O soldado Delmo de Arruda da Costa Lima, baleado na cabeça, foi operado e está em estado grave; o soldado Gustavo Melo foi atingido na mão e de raspão na nuca, mas já foi liberado; e o soldado Luciano Lopes Machado de Oliveira, ferido na nádega, foi liberado pelos médicos após atendimento na emergência.
A tentativa de invasão de traficantes no morro do Juramento aconteceu por volta das duas horas da madrugada e deixou moradores da comunidade em pânico. Pessoas que conversavam nas ruas correram para procurar abrigo e os bares fecharam as portas.
Segundo a polícia, os bandidos estavam armados de fuzis, usavam roupas pretas e escondiam o rosto com toucas ninja.
A assessoria da PM informou que o patrulhamento nos acessos ao morro do Juramento foi reforçado há duas semanas depois que a polícia recebeu a informação de que traficantes rivais tentariam invadir a comunidade.
Desde o início da manhã a Polícia Militar reforçou ainda mais o patrulhamento e fez buscas no interior da favela e no alto do morro em busca dos invasores, mas não encontrou prendeu ninguém. O clima na favela permanece tenso, mas o comércio funciona normalmente. Assustados, os moradores se recusam a falar sobre a tentativa de invasão.