A meta da Política Nacional de Saúde do Homem é que 2,5 milhões de brasileiros com idade entre 20 e 59 anos procurem o serviço de saúde pelo menos uma vez ao ano. O pacote de medidas, lançado nesta quinta-feira (27/8) pelo Ministério da Saúde, prevê o aumento de até 570% na realização de procedimentos urológicos e de planejamento familiar, como a vasectomia.
Dados do ministério revelam que as brasileiras são submetidas ao dobro de cirurgias de esterilização em comparação aos homens. O número de laqueaduras, por exemplo, passou de 58.397 para 61.747 de 2007 para 2008. No mesmo período, as vasectomias caíram de 37.245 para 34.617.
A estratégia do plano é superar obstáculos que impedem os homens de frequentar os consultórios médicos. Na maioria das vezes, segundo o ministério, eles só procuram o serviços de saúde quando a doença já está em estágio avançado. "Em vez de serem atendidos no posto de saúde, eles precisam procurar um especialista, o que gera maior custo para o SUS [Sistema Único de Saúde]", afirma a pasta em nota.
O ministério alerta que a não adesão dos homens às medidas de saúde integral leva ao aumento de doenças e também da mortalidade. Do total de mortes na faixa etária de 20 a 59 anos, 68% são de homens. Isso significa que, a cada três adultos que morrem no Brasil, praticamente dois são do sexo masculino.
Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, embora a expectativa de vida dos homens tenha aumentado de 63,2 para 68,9 anos de 1991 para 2007, ainda é 7,6 anos abaixo da média das mulheres.
A Política Nacional de Saúde do Homem vai receber um investimento total de R$ 613,2 milhões até 2011 - R$ 105,6 milhões em ações para aumentar o número de vasectomias, de ultrassonografia de próstata e de cirurgias para doenças do trato genital masculino.