A interdição das praias devido ao despejo de esgoto innatura reduziu em até 90% a clientela dos bares da Avenida Litorânea, em São Luiz do Maranhão. Na praia da Ponta d'Areia, proprietários de quiosques também alegam queda de vendas, mas salva-vidas dizem que banhistas ignoram o alerta e que muitos reclamam da presença das placas. As duas placas de interdição que ainda restavam na praça do Sol, desapareceram na semana passada.
Garçom de um bar da avenida Litorânea, próximo a uma placa de interdição, Gilson Ferreira, 54, afirma que as vendas caíram 90%. "Antes, eram seis garçons para atender o pessoal. Hoje, só tem dois", diz o funcionário, que reitera que o movimento só não está menor, por causa do grupo de pagode que toca no local nas tardes de sábado, e à noite, quando o bar é frequentado por outro tipo de clientela. "A noite melhora, mas mesmo assim não tá essas coisas. O que salva a gente é o pagode", diz o garçom.
Proprietário de bar próximo a uma placa de interdição, Manoel Santos alega que as vendas caíram 100%. "Com a interdição, não tivemos férias na praia de São Marcos. Não estou pagando conta de luz e as dívidas só aumentam", diz o comerciante.
Proprietária de um quiosque ao lado de uma das placas de interdição instalada na avenida Litorânea, Eliane Lene Pereira, 35 anos, também diz que as vendas caíram bastante. Para ela, o prejuízo só poderá ser recuperado quando medidas ambientais forem tomadas na área. "Só quando fizerem um tratamento na água é que o movimento na praia vai melhorar. Não adianta só interditar", opina a vendedora.
Segundo o sargento José Quirino Martins, o fluxo de banhista diminuiu bastante, e perguntas sobre as praias próprias para banho são freqüentes. "Informamos sempre as praias adequadas para banho. Inclusive, por conta da interdição, a Praia do Araçagi está bastante sobrecarregada", diz o sargento.