O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), Paulo Vannuchi, defendeu nesta quinta-feira (20/8) que o caso da execução do ex-vereador e advogado Manoel Bezerra de Mattos Neto, em 24 de janeiro deste ano, seja tratado "com a mesma importância que o de Dorothy Stang e o de Chico Mendes". O advogado foi morto em uma residência particular na Praia Azul, localizada no município paraibano de Pitimbu, próximo a João Pessoa.
"Manoel Mattos foi um lutador pelos direitos humanos que, em 1999, assumiu corajosamente o enfrentamento dos grupos de extermínio compostos por comerciantes e fazendeiros da região que não acreditam na lei e que acham que ela foi feita para outros", disse Vannnuchi, ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro.
Segundo ele, alguns grupos de extermínio chegam a contratar policiais para o serviço de execução. "Isso é gravíssimo. Um país que quer ocupar um lugar que lhe cabe na ONU [Organização das Nações Unidas] e que conquistou respeito internacional nestes últimos 21 anos de vida democrática não pode conviver com isso", afirmou.
Hoje, o ministro segue para a Paraíba, junto com outros integrantes do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), e deve se reunir com o governador do estado, José Maranhão. Vannuchi se mostrou confiante diante da possibilidade de federalização do processo, em que a Polícia Federal e a Justiça Federal assumiriam as investigações sobre o caso.