O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), Paulo Vannuchi, afirmou nesta quinta-feira (20/8) que as buscas por corpos de desaparecidos na Guerrilha do Araguaia precisam continuar "até que sejam localizados".
Para Vannuchi, o Brasil realiza "a mais importante operação que o Estado já decidiu realizar", na tentativa de localizar os restos mortais de 140 brasileiros e brasileiras que morreram durante a repressão do regime ditatorial de 1964.
Segundo o ministro, a decisão de desaparecer com os corpos representa "uma tortura ainda mais grave". O grupo de trabalho criado pelo Ministério da Defesa para tentar localizar e resgatar os restos mortais encerrou, na última segunda-feira (17), a primeira fase das escavações sem sucesso.
"O Brasil, sem revanchismo, não quer reabrir a violência do passado, mas precisa se unir na busca dos corpos, para que as famílias possam realizar esse direito elementar [de enterrar os corpos]. Não tem sentido o Brasil não respeitar essa tradição", disse, ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro.
Segundo Vannuchi, as buscas serão interrompidas entre outubro e abril, período de chuvas em grande parte do país, e os trabalhos serão feitos em laboratório para testar eventuais ossadas encontradas com o banco de DNA cedido por familiares. A partir de abril, de acordo com o ministro, novas buscas devem ocorrer.