Jornal Correio Braziliense

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MST condiciona desocupação do Ministério da Fazenda a reunião com Dulci

Os militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocupam desde a manhã desta terça-feira (11/8) a portaria do prédio do Ministério da Fazenda decidiram fazer uma assembleia para discutir o esvaziamento da portaria do edifício. A decisão foi tomada depois que eles receberam a intimação para desocupação do prédio. O deputado Ivan Valente (P-SOL-SP) participa da reunião. [SAIBAMAIS]Segundo Vanderlei Martini, da Comissão Nacional do MST, os trabalhadores rurais aguardam uma resposta do chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, sobre a definição do horário de uma audiência pedida pelo movimento, com uma comissão de representantes. Segundo o líder rural, somente após receberem uma resposta, eles se retirarão do ministério. Ao receber a ordem de reintegração de posse expedida pelo juiz da 1ª Vara Federal Alaor Piacini, o representante do MST João Paulo Rodrigues lamentou a determinação judicial. "Enquanto existem fazendas que demoram até 15 anos para serem desocupadas, a Justiça concede um despejo em menos de 10 horas", disse João Paulo. Além de determinar a retirada dos militantes, a ordem de reintegração de posse estabelece multa de R$ 50 mil para cada prédio ocupado. Eles têm uma pauta de reivindicações que incluem a liberação de R$ 800 milhões de verbas para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a agilização do processo de desapropriação de fazendas improdutivas. A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, tinha uma audiência marcada com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, às 19h. Mas o encontro foi cancelado.