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Em estado de emergência, Macaé adia início das aulas por causa da gripe suína

A decretação do estado de emergência na última terça-feira (28) roubou um pouco da paz dos quase 200 mil habitantes de Macaé, no norte fluminense. O nível de preocuação aumentou no final da tarde de hoje (30), com a decisão de adiar a volta às aulas em duas semanas, tomada em conjunto pelas secretarias municipais de Saúde e de Educação. As escolas particulares também prorrogarão as férias. %u201CNossa preocupação agora é com as famílias retornando das férias com seus filhos. Com o tempo frio, as salas de aulas tendem a estar com janelas e portas fechadas. Por isso, recomendamos a suspensão das aulas nas redes pública e particular. Na segunda quinzena de agosto, acreditamos que o clima terá mudado, e as pessoas que tiverem vírus de gripe [influenza A (H1N1)] já terão manifestado sintomas e passado o período de transmissão%u201D, explicou o secretário de Saúde, Eduardo Cardoso, ao final de reunião. No Hospital Municipal (HPM), um rapaz em estado grave está internado há duas semanas. Desde a noite de segunda-feira (27), uma mulher, de 29 anos, também foi hospitalizada no HPM com febre, dores no corpo, tosse e dificuldade para respirar. Os dois são mantidos à parte, sob suspeita, enquanto o HPM aguarda o resultado dos exames, centralizados na capital pelas autoridades estaduais de saúde. Segundo Cardoso, houve um aumento de 70% nos atendimentos em todas as unidades da cidade, devido aos casos de influenza A (H1N1). %u201CTemos participado de reuniões e palestras, e eu mesma procuro todo dia na internet mais informações sobre a gripe, mas não adotamos nada especial na UTI, só máscaras na emergência%u201D, contou a médica Eliane Valtes, plantonista na Unidade de Terapia Intensiva do HPM, que trabalha também como pediatra na Colônia dos Pescadores da cidade. %u201CÉ preocupante, mas ainda não houve um caso confirmado na cidade%u201D, disse o pescador Marcelo Pereira, presidente da colônia, atento aos cerca de 1.800 associados e suas famílias, um total de cinco mil pessoas. %u201CHoje eu li no jornal que Macaé já tinha um caso, mas não ouvi nenhuma confirmação%u201D, acrescentou. Ele e Eliane garantiram que nenhum caso de gripe foi registrado entre pescadores e familiares. As escolas públicas e a Cidade Universitária terão aulas só a partir do dia 17, mas estarão abertas normalmente já na próxima semana, %u201Ctendo os profissionais da educação como agentes de informação para a comunidade%u201D, informou a secretária Marilena Garcia ao final da reunião. Orientações também são rotina no Asilo da Velhice Desamparada, onde vivem 90 idosos e trabalham 76 funcionários. Segundo o gerente administrativo Paulo Silva dos Santos, foram adotadas medidas preventivas no asilo, sobretudo nos dias de visitas. %u201CNós dizemos aos visitantes para usarem máscara protetora e lavarem bem as mãos antes de tocar em seus parentes, principalmente quem vem de outras cidades. O asilo tem 97 anos e atende gente de longe%u201D. As precauções tendem a ser maiores a partir de agora, com o adiamento das aulas no segundo semestre, reconheceu Amanda Monteiro, funcionária da secretaria do Centro Educacional Souza, com 338 alunos do maternal ao segundo grau: %u201CAntes havia uma apreensão geral na cidade, as pessoas comentavam, mas ninguém sabia direito o que estava acontecendo. Da semana passada para cá, o medo aumentou%u201D, disse. A partir do reinício do ano letivo, a escola vai intensificar os cuidados com as crianças menores e as orientações às maiores e aos adolescentes. Marilena Garcia resumiu os novos procedimentos determinados pela sua secretaria em ação conjunta com a da Saúde. %u201CVamos capacitar nosso pessoal, orientar sobre o uso do sabão de coco, a importância das janelas abertas, o período necessário para o aluno resfriado ficar em casa, a distância entre uma pessoa e outra ao espirrar. E estamos analisando como será a reposição dessas aulas para que não haja prejuízo para os alunos%u201D.