Os residentes do pronto-socorro do Hospital São Paulo ameaçam fazer uma paralisação de parte do atendimento a partir de hoje em razão da falta de infraestrutura adequada para a sobrecarga de trabalho ocorrida após o aumento de casos de gripe suína. Em carta afixada na porta do pronto-socorro do hospital público da zona sul, os residentes clínicos destacam que o aumento da demanda ocasionada pela Influenza A(H1N1) ;fez com que ficasse mais óbvio o descaso; com a categoria.
Eles afirmam que a nova doença obrigou os médicos a serem responsáveis também por pacientes com a suspeita da gripe, além das tarefas que já tinham de cumprir. E apontam dificuldades como atrasos de até três horas de exames na emergência, falta de colchões e ausência de segurança. Pacientes com suspeita de estarem contaminados pelo vírus da gripe suína, revoltados, chegaram a invadir consultórios, afirmam os médicos.
Segundo Patrícia Rocha, presidente da associação que reúne a categoria no hospital, 13 residentes clínicos têm de se dividir ao longo do dia entre o pronto-socorro, ambulatórios e enfermarias. Mas só no pronto-socorro ocorreu acréscimo de 30% da demanda após a nova gripe.
Na tarde de ontem, as negociações já tinham avançado com a direção do hospital, afirmou Patrícia, mas a possibilidade de greve não estava descartada. Caso seja confirmada, somente os casos graves serão atendidos. A direção clínica da unidade, que é vinculada à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), promete já para esta semana abrir uma unidade especial para atender casos de gripe das 8h à 0h.