Índios das tribos terena, guarani e caingangue esperam ser convocados, nos próximos dias, para uma reunião com a Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília, para discutir como ficará o atendimento desses povos com a extinção da Administração Executiva Regional (AER), na cidade de Bauru, no interior de São Paulo.
A informação foi dada pelo administrador da unidade, Amaury Vieira, que foi feito refém junto com outros cinco funcionários da AER, na última quarta-feira (22). Na ocasião, cerca de 50 indígenas ocuparam o prédio com objetivo de fazer com que a Funai desistisse da transferência da unidade para o município de Itanhém, no litoral paulista. Uma das reféns passou mal e foi libertada na tarde de quinta-feira (23). Os demais só foram soltos na noite de ontem (24).
Segundo Vieira, os índios mostravam-se tensos durante todo esse período e só concordaram em deixar o local e libertá-los quando receberam um comunicado da Funai com a informação de que a presidência estava disposta a discutir a criação de uma infraestrutura de atendimento melhor do que a inicialmente prevista, que era de um pequeno posto. Isso não significa, conforme observou o executivo, que a Funai tenha desistido da intenção de desativar a unidade.
Os indígenas entenderam que essa foi uma proposta razoável, "com a possibilidade de participação das lideranças nas discussões sobre a adequação de um núcleo de atendimento", disse.