O diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, afirmou nesta sexta0-feque o governo não pretende alterar o protocolo que restringe o uso do antiviral Tamiflu no tratamento dos casos de gripe A (H1N1).
"O tratamento com o antiviral é para pessoas com fator de risco ou com manifestação grave, com falta de ar. As outras pessoas que não têm fator de risco ou gravidade vão ser medicadas de acordo com os sintomas, mas sem o antiviral", afirmou o diretor nesta sexta-feira. "Não vamos modificar o protocolo, exceto por evidências científicas muito bem embasadas", acrescentou.
A restrição no uso da medicação tem sido questionada por médicos no Rio Grande do Sul e até por defensores públicos da União, que cobrarm explicações do Ministério da Saúde sobre o protocolo adotado. O órgão argumenta que segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), para evitar que o novo vírus crie resistência por uso indiscriminado do medicamento. Até agora já houve registros de resistência na Dinamarca, Japão, Hong Kong e Canadá.
O ministério também informou que dos mais de 2.570 exames positivos para alguma doença respiratória registrados no Brasil este ano, 60% foram para a nova gripe. "A tendência é que aumente esse percentual", afirmou Hage.
Na Argentina, por exemplo, o índice já chega a 90%, o que, segundo o diretor de Vigilância Epidemiológica, indica que o novo vírus substituiu o vírus da gripe sazonal no país vizinho. "Assim, é possível que não tenha um aumento no número de mortes por gripes", avaliou.
Eduardo Hage reiterou que não há recomendação para que as pessoas evitem viajar a estados onde houve mortes por causa da nova gripe. "A recomendação para evitar viagens a países afetados continua porque lá fora o governo não tem condições de auxiliar da mesma forma", justificou.