Um acordo firmado entre promotores de Justiça de São Gonçalo, no Grande Rio, e policiais militares e civis do município prevê que apenas os bombeiros poderão remover feridos em confrontos envolvendo agentes de segurança e suspeitos de atividades ilegais.
Segundo o Ministério Público Estadual, o objetivo é evitar possíveis adulterações da cena da ocorrência dos chamados autos de resistência (mortes em confrontos com a polícia).
De acordo com o promotor Paulo Roberto Mello Cunha Junior, da 1a Promotoria de Justiça de São Gonçalo, com a desculpa de socorrer as vítimas do confronto, alguns policiais levam pessoas já mortas para hospitais. Com isso, a cena da ocorrência é desfeita, o que dificulta o trabalho de uma perícia posterior que venha apurar possíveis abusos policiais.
Como, a partir de agora, apenas o Corpo de Bombeiros poderá socorrer a vítima, os policiais não poderão mais levar pessoas mortas para hospitais. O policial que desrespeitar o acordo pode ser denunciado e ter a prisão pedida, no caso de intenção de fraude. Os policiais terão ainda que resguardar o local do confronto e providenciar a realização da perícia.